Idec alerta para produtos que usam falsas alegações socioambientais

em 19 July, 2019


Produtos

Uma pesquisa realizada pelo Idec, Ong de Defesa do Consumidor, com 509 produtos de higiene e cosméticos, limpeza e utilidades domésticas com alegações socioambientais em seus rótulos revelou que 47,7% não deveriam apresentar essa descrição em sua embalagem.

O resultado foi encontrado após a análise dos rótulos de produtos dessas três categorias vendidos nas cinco principais redes de supermercados do Brasil, em unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Após a identificação da presença do argumento socioambiental, o Idec verificou a veracidade e a pertinência das informações e checou cada item com as empresas fabricantes.

Cada irregularidade constatada foi enquadrada em um dos “sete pecados do greenwashing, de acordo com a consultoria TerraChoice Environmental: “Sem provas”, “Troca oculta”, “Vagueza e Imprecisão”, “Irrelevância”, “Menor de dois males”, “Lorota” e “Adorando falsos rótulos”.

Informações vagas e imprecisas 

O tipo de problema mais identificado como greenwashing nos rótulos analisados foi o item “Sem Provas”, encontrado em 168 casos, relacionado a produtos que se dizem ambientalmente corretos, mas não apresentam provas como laudos e relatórios técnicos. Em segundo lugar, ficou “Irrelevância” da informação (129 produtos), que ocorre quando a alegação até pode ser verdadeira, mas não é importante para o consumidor que procura uma opção com vantagem ambiental. Já em outras 65 embalagens, foi identificada “Vagueza e imprecisão”, que ocorre pelo uso de expressões mal definidas e amplas ou de difícil compreensão ao consumidor, como “amigo do meio ambiente”, “sustentável” ou “natural”.

“Muitas empresas colocam determinadas marcas ou selos no produto sem nenhuma rastreabilidade ou credibilidade, induzindo o consumidor a acreditar em algo que não tem fundamento. Essa pesquisa é mais uma ferramenta para alertar o consumidor a ficar atento na hora de fazer suas escolhas”, alerta pesquisadora do Idec Júlia Ferreira.

Entre os exemplos de greenwashing mais frequentes encontrado pelo Idec na pesquisa está o uso da alegação do produto não conter CFC, componente proibido em todos os produtos produzidos desde 1999. Outra irregularidade muito presente em itens saneantes (desinfetantes, detergentes etc.) é a de que eles contém “tensoativo biodegradável”. Por lei, no Brasil, só se pode produzir e importar saneantes que usam esse tipo de tensoativo. Isso é problemático, pois os rótulos propagandeiam o simples cumprimento da lei como se fosse uma vantagem ambiental, podendo induzir os consumidores a erro no momento da compra.

Para explicar a prática do greenwashing, o Idec lançou, nesta quinta-feira (18/07),  uma página especial em seu site para expor como empresas usam essa tática que leva o consumidor a fazer escolhas equivocadas. O site ainda traz informações sobre como não cair nessas armadilhas, o que fazer quando identificar o problema e os demais dados coletados no estudo. Com informações da assessoria.

Para saber mais:

Acesse o site aqui.




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