Paris vai processar empresas de petróleo
Da Redação em 13 February, 2018
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A cidade de Paris (França) acaba de anunciar a decisão de que, seguindo o exemplo de Nova York e outras cidades dos Estados Unidos, irá explorar as possibilidades para entrar com um processo judicial contra as empresas de petróleo em razão dos danos climáticos.
O conselho da cidade também decidiu que fará lobby no âmbito do grupo C40 de Liderança Climática das Cidades, do qual a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, é presidente, para que outras grandes cidades, como Londres, também assumam o compromisso de retirar os investimentos em combustíveis fósseis.
“É uma notícia fantástica que cidades como Nova York e Paris estão assumindo a liderança para proteger seus cidadãos e responsabilizar as grandes corporações pelo prejuízo que causam.”, comentou Clémence Dubois, coordenadora de campanhas da 350.org França. “Empresas como Total, Shell, BP e Exxon são as forças motrizes por trás das cada vez mais graves inundações e ondas de calor que estão acometendo Paris, bem como secas, incêndios florestais, estações imprevisíveis e o aumento do nível do mar, consequências que atingem pessoas em todo o mundo.”
Danos climáticos
Neste inverno, Paris foi atingida mais uma vez por fortes inundações. Na ocasião, o prefeito disse que o fenômeno era, ao lado das recentes ondas de calor do verão, “uma clara demonstração da adaptação da cidade às mudanças climáticas”. Estudos atestaram que as inundações que submergiram Paris em maio de 2016 foram causadas muito provavelmente por mudanças climáticas resultantes de ações humanas.
Em 10 de janeiro, o prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio anunciou que a cidade irá retirar seus fundos de pensão de US$ 191 bilhões de projetos ligados aos combustíveis fósseis. Ele ainda apresentou uma ação judicial contra BP, Shell, ExxonMobil, Chevron e ConocoPhillips por danos climáticos.
Os movimentos de Nova York e Paris, junto à promessa da prefeita Hidalgo de aumentar os esforços para persuadir outras grandes cidades a não investirem, aumenta a pressão sobre Londres, onde o prefeito Sadiq Khan tem até agora desapontado os ativistas por não assumir uma forte posição contra a indústria de petróleo e cumprir sua promessa eleitoral de deixar de investir nesse segmento na Câmara Municipal de Londres.
Cidades importantes, como Sydney e Cidade do Cabo, bem como diversas outras capitais europeias, incluindo Berlim, Oslo, Copenhague e Estocolmo, já se comprometeram a proibir investimentos públicos em combustíveis fósseis. Recentemente, o Chile também anunciou o compromisso de eliminar toda geração de energia a carvão do país, rumando para uma economia com baixas emissões de carbono. Com informações da 350.org.