Impacto na cadeia de valor é caminho para a sustentabilidade exponencial

em 2 January, 2018


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Artigo de Liliane Rocha.

Não é novidade e diversos estudos reafirmam que o planeta Terra tem dado sinais claros de um esgotamento que já começa a atingir as gerações atuais. Se continuarmos na rota atual, será impossível para as gerações futuras escaparem.

O aquecimento global, a escassez hídrica, o acúmulo de resíduos sobre o planeta, a sobrecarga das fontes energéticas e o desmatamento são os pilares que nos demonstram como o modelo atual de sociedade está gerando uma pressão sobre o planeta em descompasso com sua capacidade de regeneração.

As manchetes são contundentes: “Nos últimos 65 anos, geramos 8 bilhões de toneladas de plástico no planeta terra”, “Um Iceberg do tamanho do Distrito Federal acaba de se soltar no Polo Sul e fica à deriva no oceano”, “Escassez hídrica assola o Brasil”, “Apagão enérgico”. Os desafios são colossais e por isso mesmo uma empresa ou instituição que almeje fazer uma verdadeira diferença ou buscar minimizar esses impactos, deverá não somente rever seus processos internos, mas garantir que o potencial das transformações que gera serão não aritméticos, mas sim geométricos e exponenciais.

Todas as esferas organizacionais precisam estar empenhadas na elaboração de um modelo econômico capaz de atender às necessidades do homem sem causar danos ao planeta, ou minimizando tais impactos. Uma completa mudança de paradigma.

Instituições, empresas, governos e sociedade civil têm um papel fundamental na construção de um mundo melhor para todos. O compromisso com este novo paradigma de desenvolvimento deve ser transversal, de forma a atingir todas as camadas da sociedade e gerar os reais benefícios da sustentabilidade.

Trabalhar no desenvolvimento da cadeia de valor para uma atuação sustentável, em especial com os fornecedores, é uma das principais formas encontradas para trilhar essa jornada.

O processo de desenvolvimento de fornecedores para a Sustentabilidade percorre um caminho que passa pela capacitação dos colaboradores da empresa – para que estejam aptos a compreender a sua responsabilidade e poder de influência junto aos demais atores do mercado –, criação de materiais de comunicação tais como manuais, vídeos, e-learning, entre outros.

Em um contexto mais avançado, pode também ser elaborada uma matriz que desdobra aspectos sociais e ambientais em perguntas que poderão ser respondidas pelos fornecedores, assim será possível obter uma visão geral do ponto onde cada um se encontra em relação ao desenvolvimento sustentável e como podem avançar nesse tema.

A realização de um programa de desenvolvimento de fornecedores com foco na sustentabilidade, visando um impacto ambiental e social na cadeia de valor, em geral exige maior esforço financeiro e tempo no começo do processo, contudo, a médio e longo prazos passa a gerar mais resultados com menor demanda de esforços. Pois uma vez que os fornecedores e a cadeia de valor passam pelo processo de educação e engajamento para Sustentabilidade, ampliando sua compreensão do alinhamento estratégico do Desenvolvimento Sustentável com a competitividade e perenidade do seu negócio o novo padrão mental se instala, os novos comportamentos, habilidades e atitudes para uma gestão sustentável passam estar vigentes.

As organizações e empresas interessadas em atuar nessa frente podem incluir o passo a passo em seu planejamento estratégico anual, com uma visão de longo prazo no famoso five year plan (planejamento de 5 anos) e reforçar ainda mais seu posicionamento em Desenvolvimento Sustentável, firmando um compromisso não só com os resultados de curto prazo, como com as transformações a longo prazo.

Há alguns anos, estabeleceu-se entre as empresas varejistas a prática de realizar grandes conferências e outros eventos com foco nessa temática, para os quais os fornecedores são convidados e estabelecem, juntos, as metas de longo prazo em prol da sustentabilidade. Tanto fornecedores de produtos como os de serviços participam. As mudanças propostas são todas alinhadas aos movimentos da sociedade com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, com requisitos legais, certificações, entre outros. São cada vez mais comuns a mensuração de resultados na elevação de performance e inovação dessas empresas, que percebem claros resultados econômicos.

Liliane Rocha, fundadora e CEO da Gestão Kairós – consultoria especializada em Sustentabilidade e Diversidade. Autora do livro “Como ser um líder Inclusivo”.

 




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