Aliança pela Restauração na Amazônia é lançada em Belém
Da Redação em 2 February, 2017
Tuite
De agosto de 2015 a julho de 2016 foram cerca de 7.989 km² de área desmatada na Amazônia, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número cresceu 29%, se compararmos com o ano anterior. Entre os responsáveis estão a conversão da floresta para outros usos e a exploração ilegal de madeira. Para transformar essa realidade, foi lançada em Belém (Pará), a Aliança pela Restauração na Amazônia, com a participação de ONGs, academia, setores produtivos, representantes do governo e sociedade civil.
Entre as propostas da Aliança estão a de mapear e visibilizar oportunidades para a restauração na Amazônia e encurtar o caminho entre financiadores e produtores rurais que necessitam ajustar passivos ambientais.
Para Rachel Biderman, diretora do World Resources Institute (WRI), “ é fundamental fortalecer os elos da cadeia de restauração no Brasil; e a Amazônia tem todos os elementos para liderar o bom exemplo”. Ela enfatiza, também, que “a Aliança inclui no mapa da agenda de restauração global, de larga escala, o importante bioma amazônico, que passa a integrar a ‘era da restauração’, preconizada pela Declaração de Nova York sobre Florestas”.
Rodrigo Medeiros, vice-presidente da CI-Brasil, organização responsável pela secretaria executiva da Aliança, reforça que “queremos gerar inteligência e conciliar técnicas inovadoras para a restauração, de forma que a soma dos esforços dos envolvidos na Aliança gere impactos maiores que o trabalho que já vem sendo feito de forma isolada. Isso também alavancará a redução do custo da restauração, o que é fundamental para alcançarmos a restauração florestal em larga escala.”
O Secretário de Programa do Programa Municípios Verdes do Estado do Pará, Justiniano Netto concorda que se trata de um importante passo: “ alianças como essas são fundamentais para contribuir com o Estado do Pará. O combate ao desmatamento vem sendo trabalhado pelo governo e esta Aliança irá somar esforços, por exemplo, no oeste e no sudoeste da Região Transamazônica, região que concentra 15 municípios das áreas mais desmatadas do Pará.”
A Aliança
Atuação:
· Conciliar interesses e integrar ações em prol da ampliação da escala e da eficiência da restauração florestal.
· Gerar, sistematizar e difundir conhecimentos e informações sobre restauração florestal, silvicultura tropical e sistemas agroflorestais.
· Apoiar a captação pelos membros para viabilizar ações e projetos de restauração florestal.
· Impulsionar a economia da restauração florestal, estimulando todos os elos da cadeia produtiva, gerando oportunidades de negócios, trabalho e renda.
· Contribuir para formulação e implementação de políticas públicas que favoreçam a restauração florestal.
· Disponibilizar protocolos e ferramentas que permitam a integração de dados para o monitoramento das ações de restauração e avaliação da dinâmica florestal.
·Desenvolver ações de conscientização e sensibilização da sociedade civil acerca da necessidade de conservação/restauração da Amazônia.
Funcionamento:
· Adesão voluntária mediante assinatura do termo.
· Governança descentralizada, transparente e inclusiva.
· Representatividade nos quatro segmentos (governo, empresas, sociedade civil organizada e academia).
· Colaboração e cooperação entre os membros.
· Articulação e integração de ativos, experiências e saberes.
· Respeito aos conhecimentos tradicionais.
· Comunicação dinâmica e transparente.
· Respeito às particularidades produtivas e ecológicas dos variados ambientes e regiões amazônicas.
São membros fundadores da Aliança: Conservação Internacional (CI-Brasil), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), Instituto Socioambiental (ISA), World Resources Institute (WRI), Embrapa, Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), Amazônia Live/Rock in Rio, AMATA e Grupo AFB – Agropecuária Fazenda Brasil. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é parceiro da iniciativa. Com informações da assessoria.