Meta de redução da pobreza exige mais esforços, diz ONU
Da Redação em 25 August, 2013
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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, alerta sobre a necessidade de mais esforços para atingir as metas de combate à pobreza, conhecidas como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). No documento, Ban também reforça sobre a importância dos passos fundamentais para consolidar uma agenda de desenvolvimento sustentável universal.
“A busca do planeta pela dignidade, paz, prosperidade, justiça, sustentabilidade e fim da pobreza chegou a um momento de urgência sem precedentes”, diz Ban Ki-moon. O secretário-geral instou a comunidade internacional a tomar “todas as medidas possíveis” para alcançar os ODM antes do prazo estabelecido, fim de 2015.
O relatório, intitulado “Uma vida de dignidade para todos”, faz uma análise dos progressos nas implementações dos ODM e recomendações para o avanço da agenda de desenvolvimento pós-2015.
“A nossa geração é a primeira com os recursos e conhecimento para acabar com a pobreza extrema e colocar nosso planeta em um curso sustentável antes que seja tarde demais”, diz Ban Ki-moon no relatório. “Cumprir os nossos compromissos e promessas sobre os ODM existentes deve permanecer a nossa principal prioridade.”
No documento, Ban fala dos progressos já alcançados e outros que ainda devem ser conquistados pelas metas, firmadas em 2000. Em nível global, a pobreza e a fome foram significativamente reduzidas. Em regiões em desenvolvimento, a proporção de pessoas que vivem com menos de 1,25 dólar por dia caiu mais da metade, de 47% em 1990 para 22% em 2010, com a maioria vivendo em áreas rurais.
No entanto, grande parte deste progresso foi feito em poucos países, principalmente China e Índia. Além disso, mesmo que as metas da pobreza sejam alcançadas, 1,2 bilhão de pessoas ainda vivem em extrema miséria. Por exemplo, apesar do forte crescimento econômico recente e declínio das taxas de pobreza na África Subsaariana, o número de pessoas em condições de escassez de recursos aumenta e a região ainda é vulnerável a choques que podem prejudicar os avanços.
A meta de reduzir para metade a porcentagem de pessoas que sofrem de fome até 2015 está perto do alcance. A proporção de pessoas subnutridas nas regiões em desenvolvimento caiu de 23,2% no período de 1990 a 1992 para 14,9% em 2010-2012. No entanto, uma em cada oito pessoas permanece cronicamente subnutrida e uma em cada quatro crianças sofre de atrofia do crescimento por causa da desnutrição.
Ban citou algumas estratégias bem-sucedidas, como a junção do crescimento econômico e políticas de redistribuição de renda que foram importantes para o desenvolvimento na América Latina e África.
Também foram comentadas as reformas no setor agrícola no leste asiático, que tiraram centenas de milhões da pobreza, e os programas na Ásia e América Latina que combinaram aumento na produção e distribuição de alimentos com educação nutricional e distribuição de terra. As iniciativas foram importantes na redução da mortalidade infantil e melhora da saúde materna.
Ban também falou de ações para acelerar o progresso dos ODM até 2015 e de tópicos importantes na agenda pós-2015. Entre as prioridades da nova agenda estão o combate à desigualdade e exclusão, empoderamento de mulheres e meninas, educação e saúde de qualidade, combate às mudanças climáticas, aumento da contribuição positiva dos migrantes e os desafios da urbanização.
O relatório levou em conta as opiniões de mais de 1 milhão de pessoas questionadas sobre as suas principais preocupações, através de uma série de consultas a nível mundial. Incorporou informações do Painel de Alto Nível de Ban Ki-moon sobre Agenda para o Desenvolvimento pós-2015, do Pacto Global da ONU, das Comissões Regionais das Nações Unidas, da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável e outras partes interessadas da sociedade civil. Com informações da ONU Brasil.