Rio +20: vinte anos perdidos
Da Redação em 23 June, 2012
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A Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, falhou com as pessoas mais pobres do mundo. “Milhões de homens e mulheres pobres agora têm de recolher os pedaços da bagunça deixada pelos líderes mundiais que vieram ao Rio de Janeiro. Eles não vieram ao Rio preparados e não conseguiram entregar uma visão clara ou soluções para erradicar a pobreza e interromper a degradação ambiental “, diz Kit Vaughan, coordenador de Advocacy da CARE para questões de Pobreza, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas.
“Hoje, vemos vinte anos perdidos. Em 1992, os líderes mundiais foram mais inovadores, determinados e visionários. No entanto, hoje os desafios são ainda maiores”, afirma Vaughan.
Sem um caminho claro para alcançar o desenvolvimento sustentável, milhões de mulheres e homens são forçados a continuar vivendo na pobreza e ameaçados pelos desastres naturais, aumento nos preços de alimentos e mudanças climáticas. “No meio das discussões no Rio, surgiram algumas soluções que não dependem de política internacional. Comunidades locais em todo o mundo já estão tomando providências para administrar seus recursos naturais e viver uma vida sustentável”.
Para Vaughan, a miopia de líderes mundiais demonstrada no Rio mostra que nós, enquanto sociedade civil, temos que fazer de tudo para catalisar essas iniciativas locais. “Enquanto os líderes mundiais voltarão para suas rotinas de trabalho, organizações como a CARE e parceiros terão de redobrar seus esforços na missão de erradicar a pobreza e aumentar a resiliência de comunidades locais”, completa.
A CARE acredita que os líderes mundiais não devem deixar de ser cobrados pelo fracasso da Rio +20. “Temos de continuar pressionando nossos governos, ao mesmo tempo que priorizamos os direitos dos mais pobres e vulneráveis, especialmente das mulheres, e seus desafios crescentes no que diz respeito à segurança alimentar e às mudanças climáticas. Sem isso, não falharemos somente com a geração atual, mas também com as futuras. Elas herdarão um planeta insustentável, pois sem a luta contra a pobreza, não haverá desenvolvimento sustentável”.
Fundada em 1945, a CARE é uma organização humanitária de combate à pobreza global. A CARE possui mais de seis décadas de experiência ajudando as pessoas a se preparar para desastres, prestando ajuda humanitária quando as crises ocorrem e ajudando comunidades a se recuperar após as emergências.
A CARE tem um foco especial nas mulheres e crianças, que geralmente são mais afetadas pelos desastres. Com atuação em 84 países, a CARE apoiou em 2011 mais de 122 milhões de pessoas, melhorando a saúde básica e a educação, combatendo a fome, desenvolvendo o acesso à água potável e saneamento, expandindo oportunidades econômicas, combatendo as mudanças climáticas e atuando na recuperação de desastres.
No Brasil, a organização atua desde 2001. A CARE Brasil se concentra no combate à pobreza, abordando as suas causas estruturais por meio de projetos de desenvolvimento urbano e rural. Para este fim, opera atualmente em oito estados, incluindo duas áreas urbanas (Rio de Janeiro e São Paulo) e seis regiões rurais (Acre, Bahia, Piauí, Maranhão, Ceará e Goiás). Atua ainda na resposta e redução de risco de desastres, com projetos em andamento na Região Serrana do Rio de Janeiro, Região do Alto Acre e Francisco Morato, em São Paulo. Com informações da assessoria.