McDonald’s nos EUA avança em agenda de bem-estar animal
Da Redação em 14 February, 2012
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A rede de lanchonetes McDonald’s, nos Estados Unidos, está pressionando seus fornecedores de carne de porco para não mais confinar as porcas reprodutoras em pequenas gaiolas, conhecidas como “baias de gestação”. O esforço é uma resposta a problemas levantados pelos defensores dos direitos animais — e também uma tentativa de alcançar alguns concorrentes. As informações são do Portal WSJ.
Dessa forma, preocupada com o impacto negativo de sua cadeia produtiva, a empresa, gigante do hambúrguer, declarou, na segunda-feira (13/02), que os pequenos cercados “não são um sistema de produção sustentável” e que há alternativas que “são melhores para o bem-estar das porcas”. A mudança foi anunciada em conjunto com a Sociedade Humanitária dos Estados Unidos, que elogiou a decisão.
Confinamento
Conforme o Portal WSJ, a baias de gestação confinam as porcas cujos filhotes são criados e abatidos para fabricação de bacon e salsichas. As baias em geral têm 60 centímetros de largura, impedindo as porcas de se virar e deixando espaço suficiente apenas para levantar e deitar.
O anúncio é o mais recente de uma série de medidas adotadas pela McDonald’s e outras cadeias de restaurantes para melhorarem a imagem pública, em um momento em que elas estão sob pressão, não só de grupos ativistas como também de alguns consumidores, para que adotem práticas mais saudáveis e favoráveis ao meio ambiente. A McDonald’s disse também que há anos vem considerado exigir a remoção das baias de gestação.
O Conselho Nacional de Produtores de Suínos, uma associação comercial de criadores, disse que continua a apoiar o uso de baias de gestação, mas também estava disposto a ajudar na transição dos fornecedores da McDonald’s.
O maior produtor de suínos dos EUA, a Smithfield Foods Inc., disse que completou um terço do seu plano de 10 anos para passar todas as porcas para “sistemas de habitação em grupo”. A Cargill Inc. está também implementando planos para substituir as gaiolas.
Há cerca de 5,8 milhões de porcas reprodutoras nos EUA, em uma população total de 65,9 milhões de suínos, segundo dados do Departamento de Agricultura. A McDonald’s diz que compra cerca de 1% de total da carne de porco produzida nos EUA.
A cadeia de lanchonetes informou que está começando uma avaliação, juntamente com seus fornecedores, de como atingir sua meta, e que vai revelar seus próximos passos em maio.
Outras pressões
Sob a pressão do grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, ou PETA, a McDonald’s conseguiu em 2000 que seus fornecedores de ovos parassem de praticar a “muda forçada”, em que as galinhas perto do fim da sua vida produtiva são privadas de comida para forçá-las a botar mais ovos.
Também em 2000, a McDonald’s exigiu que seus fornecedores de ovos aumentassem o tamanho das gaiolas das galinhas poedeiras.
Outras cadeias de lanchonetes vêm trabalhando em estreita colaboração com grupos defensores dos direitos dos animais para modificar suas práticas. A Burger King Holdings Inc. deu destaque a um prêmio que recebeu há alguns anos da PETA, reconhecendo as melhorias que fez na área do bem-estar animal.
A McDonald’s é capaz de promover uma mudança na maneira como a indústria de carne de porco funciona, devido ao tamanho da empresa e ao seu volume de compras, disse Tom Vilsack, secretário do Departamento de Agricultura dos EUA.
A Chipotle Mexican Grill Inc. e algumas outras cadeias de lanchonetes vêm alardeando que suas cadeias de abastecimento respeitam os animais. No domingo (12/02), a Chipotle divulgou um longo anúncio durante a entrega dos prêmios de música Grammy, criticando as práticas da indústria suína, incluindo o uso de baias pequenas e de suplementos químicos como antibióticos. Com informações do WSJ.