Descarte de medicamentos precisa de regulamentação
Da Redação em 18 July, 2011
Tuite
O descarte inadequado de medicamentos é um problema que pode afetar a saúde pública. Por conta disso, o deputado Orlando Morando (PSDB) apresentou o PL 260/2011 na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), que dispõe sobre normas para a destinação final do descarte de medicamentos vencidos, o que não é previsto, segundo o autor da proposta, pelas normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
A proposta determina a criação de ecopontos para que a população possa descartar os produtos, que deverão ser encaminhados pelo Poder Público à incineração ou aterro sanitário especializado. E prevê que os estabelecimentos que comercializem remédios informem em placas de sinalização bem visíveis o procedimento adequado para descarte de remédios excedentes ou vencidos.
O autor do PL 260/2011 cita que “os medicamentos vendidos nas farmácias, em caixa lacrada, vêm geralmente em quantidade superior à indicada para o tratamento, o que leva o paciente a acumular uma farmacinha em casa”, onde acabam perdendo a validade e são jogados como lixo ou no vaso sanitário. Conforme dados do Idum (Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos), cerca de 20% dos medicamentos são descartados, o que é uma das maiores causas de envenenamento e intoxicação em comparação ao contato com produtos químicos.
Morando lembra que “as substâncias que compõem os medicamentos podem interagir e matar as bactérias usadas para tratar o esgoto, ou seja, a água que chega até nós podem conter fragmentos dos remédios, e apresentar qualidade duvidosa”. Ainda na justificativa do PL, informa-se que medicamentos, principalmente o antibiótico, podem fortalecer as bactérias com as quais interagem na água, o que pode levar à resistência aos compostos.
Também os hormônios podem ser danosos, principalmente aos homens e também a pessoas com predisposição genética para o câncer em contato com a água contaminada por substâncias derivadas da vitamina A. Além disso, o descarte dos produtos em lixo comum pode levar eventuais catadores a usar, de forma incorreta, os medicamentos.
O PL 260/2011 já recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição Justiça e Redação e aguarda o parecer da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Será analisado ainda pela Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento antes de ficar pronto para a votação em Plenário. Com informações da Alesp.
Edson Teófilo Fernandes, 13 anos atrás
Trabalhei em uma grande multinacional que no ano de 2009 lançou uma belíssima campanha, recolhendo seletivamente frascos, cartelas, pilhas, etc. Fez um tremendo investimento para disponibilizar em farmácias quantos displays os gestores quisessem. A aderência foi baixíssima por parte dos proprietários de farmácias, funcionários e principalmente a população. Sem um investimento alto de massa não adianta, o brasileiro não tem educação para avaliar os riscos e muito menos para preveni-los. Esta campanha precisa ser aderida na residência de cada consumidor, o resto é perda de tempo e palanque. A carência do Brasil é de educação doméstica, primeiro nos preocupemos com isto, depois as coisas ficarão mais fáceis de ajustassem.