Justiça tem desempenho ruim na avaliação de brasileiros
Da Redação em 17 November, 2010
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O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) lançou, nesta quarta-feira (17/11), o SIPS (Sistema de Indicadores de Percepção Social) As duas primeiras pesquisas apresentadas abordaram a percepção da população sobre os temas “cultura” e “justiça”.
O presidente do Instituto, Marcio Pochmann, deu inicio à apresentação destacando a importância do SIPS como um instrumento novo que, além de dar voz para a população se manifestar sobre as políticas públicas adotadas no Brasil, é uma importante ferramenta para os gestores públicos.
Justiça
O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Fábio de Sá e Silva apresentou o SIPS sobre justiça. Ele considera que a avaliação crítica da justiça, atingindo nota 4,55 em uma escala de zero a dez, mostra que órgãos como o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a Defensoria Pública realmente têm uma avaliação ruim da população.
O técnico afirmou que a avaliação é generalizada – considerando renda, escolaridade, raça/etnia, sexo e idade – e a nota abaixo da média revela que “a Justiça precisa melhorar muito ainda”.
Corrupção, com nota 0,17; rapidez na decisão dos casos, com 1,18; e imparcialidade (nota 1,18) foram os quesitos mais mal avaliados, considerando uma escala de zero a quatro. Já a capacidade de produzir decisões que ajudem a resolver os casos ficou com 1,60. Segundo Fábio de Sá, os números apontam que “rapidez é o que as pessoas esperam”.
Cultura
Em seguida, o técnico de planejamento e pesquisa Frederico Barbosa apresentou o SIPS sobre cultura. Ele destacou que, apesar de esse não ser o ponto da pesquisa, pode-se afirmar que “em uma sociedade que convive com um grau de exclusão social, há problemas com políticas de incentivo e acesso a cultura”. “Quando a gente fala de desenvolvimento, tem de considerar cultura”, destacou.
Os dados foram levantados levando-se em conta a percepção quanto à localização dos espaços para práticas culturais. Segundo Frederico Barbosa, o planejamento das cidades não leva em conta a cultura, já que, no geral, 51% dos entrevistados consideram os equipamentos culturais mal situados, e 59% consideram o comércio muito bem situado.
A grande maioria, 71% dos consultados, afirmou que os preços altos são obstáculo ao acesso à oferta cultural, e 25% discordam e acreditam que os preços não são um problema. Segundo o técnico, outro desafio apontado é a questão da barreira social: 56% dos entrevistados concordam que existe uma barreira no acesso à cultura.
A pesquisa é feita presencialmente, com visitas aos domicílios. Para a elaboração do novo indicador, foram ouvidos 2.770 brasileiros em todos os estados do País. A técnica usada é a de amostragem por cotas, que garante representatividade e operacionalidade e mantém a variabilidade da amostra igual à da população nos quesitos escolhidos. A margem máxima de erro por região é de 5% e o grau de confiança é de 95%. Com informações do Ipea.