Estudo aponta extinção da ararinha azul
Da Redação em 24 February, 2011
Tuite
De acordo com estudo feito pelo Cemave e divulgado pelo portal do ICMbio, de 103 espécies de aves, uma foi confirmada como extinta na natureza, duas estão criticamente em perigo, nove em perigo, cinco vulneráveis e sete quase ameaçadas. Ainda este ano, serão analisadas espécies da Amazônia, Cerrado e Pantanal. Meta é concluir até 2014 a avaliação de todas as aves brasileiras.
De 0 7 a 11 de fevereiro foi realizada a primeira oficina para avaliação do estado de conservação das aves brasileiras, em Cabedelo/PB. A oficina foi coordenada pelo CEMAVE, com apoio da COABIO/DIBIO. Durante cinco dias, 19 especialistas provenientes de diversas instituições (UFV, UEFS, UEMC, UFPB, UFSE, UFCG, UFRPE, UFPE, UFPA, USP, Aquasis) se reuniram para avaliar os táxons do bioma Caatinga, tendo sido avaliadas aves endêmicas ao bioma, aquelas com grande distribuição na Caatinga, mesmo que ocorram em outros biomas e algumas que apresentam distribuição ampla no Brasil. Os facilitadores e relatores foram técnicos ambientais do CEMAVE, RAN e COABIO.
A avaliação foi realizada em grupos de trabalho, com a realização de uma plenária ao final de cada dia. Durante a plenária, um documento contendo a categorização de ameaça para cada táxon avaliado com as devidas justificativas era apresentado, discutido, aprovado e assinado pelos participantes.
As espécies foram avaliadas de acordo com as categorias e critérios da UICN. Como material de trabalho utilizou-se a ficha de cada espécie e mapas de pontos de distribuição e polígonos. As análises foram realizadas em nível de espécie, seguindo-se a nomenclatura do Comitê Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2011), entretanto quando uma subespécie ou população se encontrava com ameaças diferenciadas, declínio populacional, extensão de ocorrência ou área de ocupação muito restritas, optou-se pela avaliação da subespécie ou população.
Como resultado foram avaliados 103 taxa, 98 avaliadas em nível de espécie e cinco em nível de subespécie. Dentre os 103, um foi considerado extinto na natureza (Cyanopsitta spixii), dois criticamente em perigo, nove em perigo, cinco vulneráveis, sete quase ameaçados, nove com dados insuficientes e 70 menos preocupantes. Ao final da oficina os participantes se dividiram em quatro grupos para atualizar as Fichas das espécies e submeter para publicação, os artigos resultantes na Revista da Biodiversidade Brasileira do ICMBio.
Observou-se ao longo da oficina que existe bastante informações relacionadas à extensão de ocorrência ou área de ocupação das espécies, mas ainda existem poucos dados sobre as populações, essenciais para a avaliação do risco de extinção. Deste modo, os especialistas perceberam que a ampliação das pesquisas que respondam aos critérios da UICN para a avaliação do estado de conservação das aves são extremamente necessárias, e estarão atentos a isso em suas pesquisas futuras.
Apesar das alterações climáticas não terem sido incluídas na avaliação das presentes espécies, os participantes ressaltaram que é importante considerar esta possibilidade, e que mais estudos devem ser realizados para atestar a influência do aquecimento global na probabilidade de extinção dos táxons.
O CEMAVE assumiu o compromisso, juntamente com a COABIO, de avaliar o estado de conservação de todas as aves brasileiras até 2014, que, segundo o CBRO, chega a mais de 1.800 espécies. A avaliação é constituída por várias etapas, incluindo a compilação de dados na ficha das espécies, a elaboração de mapas a partir de registros existentes na literatura, a disponibilização para consulta pública e a realização de oficinas para avaliação do estado de conservação. A avaliação realizada na oficina ainda será analisada por um especialista em categorias e critérios da UICN. As fichas finalizadas estarão disponíveis no site do ICMBio em breve. Ainda este ano estão previstas as oficinas para avaliação das espécies dos Biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Com informações do ICMbio.
Táxons segundo categoria de ameaça:
Cyanopsitta spixii Extinta na Natureza EW
Antilophia bokermanni Criticamente em perigo CR
Pyrrhura griseipectus Criticamente em perigo CR
Augastes lumachella Em Perigo EN
Formicivora grantsaui Em Perigo EN
Formicivora iheringi Em Perigo EN
Lepidocolaptes wagleri Em Perigo EN
Phylloscartes beckeri Em Perigo EN
Phylloscartes roquettei Em Perigo EN
Rhopornis ardesiacus Em Perigo EN
Scytalopus diamantinensis Em Perigo EN
Xiphocolaptes falcirostris Em Perigo EN
Sclerurus scansor cearensis Vulnerável VU
Anodorhynchus leari Vulnerável VU
Crypturellus noctivagus zabele Vulnerável VU
Hemitriccus mirandae Vulnerável VU
Penelope jacucaca Vulnerável VU
Herpsilochmus pectoralis Quase ameaçada NT
Stigmatura napensis bahiae Quase ameaçada NT
Amazona aestiva Quase Ameaçada NT
Arremon franciscanus Quase Ameaçada NT
Hylopezus ochroleucus Quase ameaçada NT
Sporagra yarrellii Quase ameaçada NT
Nyctiprogne vielliardi Quase ameaçada NT
Anopetia gounellei Dados insuficientes DD
Caprimulgus hirundinaceus Dados Insuficientes DD
Gyalophylax hellmayri Dados Insuficientes DD
Herpsilochmus sellowi Dados Insuficientes DD
Knipolegus nigerrimus hoflingi Dados Insuficientes DD
Knipolegus franciscanus Dados Insuficientes DD
Megaxenops parnaguae Dados Insuficientes DD
Penelope superciliaris ochromithra Dados Insuficientes DD
Sakesphorus cristatus Dados Insuficientes DD
Manuel Fernando Croskey, 13 anos atrás
Muito interessante seria publicar também o nome comum das especies acompanhado de uma fotografia.
Quem não é especialista não sabe de quais especies se trata.