Fundação O Boticário completa 20 anos de atuação no Brasil
Da Redação em 24 September, 2010
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A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, uma das primeiras instituições no Brasil ligada à iniciativa privada a investir na conservação da natureza, completou 20 anos, nesta terça-feira (21/09).
Em 20 anos a instituição consolidou-se como uma das principais financiadoras de projetos de conservação no país, tornando-se, também, referência em manejo de reservas privadas, além de ter inovado na criação de um mecanismo de pagamento por serviços ecossistêmicos em áreas de manancial.
De acordo com a diretora executiva da instituição, Malu Nunes, a Fundação O Boticário nasceu numa época em que a conservação da natureza ainda era um assunto restrito a um grupo pequeno de ambientalistas e de pouca importância para políticos, empresas, cientistas e para a população em geral.
“Nascemos tendo nas mãos um projeto com muitos riscos e visto com desconfiança por muitos”, afirma Malu. “Hoje, vemos que iniciamos um movimento que estava muito à frente de seu tempo e isso se deve à visão do fundador do Grupo Boticário, Miguel Krigsner”, comenta.
A Fundação é a principal expressão da política de investimento social privado do Grupo Boticário, que destina parte de seu faturamento líquido para esse fim, sendo que a maior parte desse recurso é para a conservação da natureza, por meio das ações da Fundação. Além desse recurso, a instituição conta com a contribuição dos franqueados da rede Boticário, com o patrocínio de outras organizações e empresas em projetos específicos, e com a doação de pessoas físicas.
Para a diretora executiva da instituição a instituição está mais madura e com uma atuação muito consistente. “Desde o ano passado, temos investido esforços para promover a conservação da biodiversidade nacional não apenas em fóruns de ciência e pesquisa, mas também para toda a sociedade, fortalecendo a opinião pública com a troca de conhecimentos e informações para que todos se sintam aptos a também defender este objetivo”, revela Malu Nunes.
Projetos pioneiros
Todos os biomas brasileiros já tiveram projetos apoiados pela organização. Nos seus 20 anos, a Fundação O Boticário doou U$ 9,3 milhões para 1.218 iniciativas, tendo como objetivo impulsionar o desenvolvimento científico no Brasil, ampliando o investimento em conhecimento científico e contribuindo para manter os ciclos ecológicos vitais para o equilíbrio no planeta. Podem concorrer nos editais de apoio a projetos, que a instituição abre a cada semestre, organizações não-governamentais ou fundações ligadas a universidades.
A importância desses projetos e do financiamento de pesquisas se mede pelos resultados que a Fundação coleciona até hoje. Ao todo, 390 instituições brasileiras tiveram pesquisas financiadas pela organização, o que contribuiu para a descoberta de 37 novas espécies de plantas e animais, bem como a proteção de 164 espécies ameaçadas de extinção. Três das espécies descobertas receberam, inclusive, o nome Boticário em homenagem à instituição, como o peixe anual Aphyolebias boticario. Ainda por meio do apoio a projetos, a Fundação O Boticário também financiou a criação, proteção ou manejo de 233 unidades de conservação no Brasil.
A própria Fundação mantém duas dessas unidades, uma na Mata Atlântica e outra no Cerrado. As duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) da instituição protegem 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, dois dos biomas mais ameaçados do país.
Além de contribuir diretamente para a conservação de áreas naturais por meio de suas reservas, a instituição também premia proprietários de terras que preservam áreas de mananciais, por meio do Projeto Oásis.
Trata-se de uma iniciativa inovadora no Brasil de pagamento por serviços ecossistêmicos (benefícios gerados pela natureza, como a produção de água doce, de oxigênio e regulação do clima) que valoriza quem realmente protege a natureza, podendo consolidar-se como uma forma efetiva de conservação da biodiversidade brasileira diante da atual degradação de ecossistemas naturais.
Lançado em 2006 e implementado na região da Bacia do Guarapiranga, na Grande São Paulo, o projeto garante a conservação de nascentes d’água e vegetação nativa em terras particulares. A região é estratégica por sua relevância ambiental e importância para a conservação dos recursos hídricos que garantem o abastecimento de água para quase quatro milhões de habitantes do município de São Paulo.
Ao todo, integram o projeto 13 proprietários que historicamente protegem suas áreas naturais. Juntas, as propriedades somam 657 hectares de área natural e 82 nascentes. Para o pagamento desses proprietários, com recursos cedidos pela Mitsubishi International Corporation Foundation, a Fundação O Boticário desenvolveu metodologia própria que, além da conservação em si, tem o objetivo de ser adaptada e implantada em outras localidades do país e que, se possível, tenha continuidade por meio de políticas públicas.
Fundação O Boticário: 20 anos em números
U$ 9,3 milhões é o valor doado a projetos apoiados pela instituição;
1.218 projetos apoiados;
390 instituições contempladas com apoio financeiro;
233 unidades de conservação criadas, protegidas ou manejadas com apoio da instituição;
37 novas espécies de plantas e animais descobertas;
4 espécies com “sobrenome” Boticário, como homenagem dos pesquisadores que as descobriram;
164 espécies ameaçadas de extinção protegidas;
2 Reservas Particulares do Patrimônio Natural
11.240 hectares de áreas naturais protegidas em suas reservas (2.340 de Mata Atlântica e 8.900 de Cerrado);
70 mil visitantes na Reserva Natural Salto Morato desde 1996;
Mais de 80 pesquisas realizadas na Reserva Natural Salto Morato desde a sua criação em 1994;
13 proprietários de terra da Grande São Paulo premiados pelo Projeto Oásis;
657 hectares de áreas naturais protegidas no Projeto Oásis em São Paulo;
82 nascentes protegidas no Projeto Oásis em São Paulo;
1 implantação em parceria do Projeto Oásis, em Apucarana (PR);
64 agricultores premiados em Apucarana;
235 nascentes protegidas no Projeto Oásis em Apucarana;
338 hectares de floresta protegidas no Projeto Oásis em Apucarana;
2 Estações Natureza em operação, uma em Corumbá (MS) e outra em São Paulo (SP ;
6 edições realizadas do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação;