Lagartixas asiáticas em terras brasileiras
Da Redação em 19 March, 2019
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Bióloga brasileira encontra lagartixas asiáticas em nosso território brasileiro. Mas como elas vieram para cá? Qual o impacto das lagartixas asiáticas no nosso meio ambiente?
Foi em um vaso de plantas de seu apartamento que a bióloga Teresa Cristina Avila Pires, da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, que mora há 35 anos em Belém (PA), descobriu o primeiro exemplar da espécie juntamente com seu marido, o também pesquisador Marinus Hoogmoed. A descoberta científica ocorreu há cerca quatro anos e foi a primeira vez que uma lagartixa da espécie Lepidodactylus lugubris foi encontrada no Brasil.
Especialista em répteis e anfíbios, Teresa conta que essa espécie, até o momento, só foi encontrada na região de Belém e deve ter vindo para a localidade em navios que passaram pelo Caribe. Originário da Ásia, o pequeno animal já foi encontrado na região caribenha e em países da América Latina, como Colômbia e Suriname. A explicação mais provável para a chegada ao Brasil, portanto, é que o animal tenha vindo em navios que aportaram em Belém.
Com uma capacidade de reprodução extraordinária, essas lagartixas, por enquanto, não preocupam a cadeia alimentar da região e nem devem provocar danos ao meio ambiente. “Na Caatinga e no Cerrado há mais espécies de répteis com as quais talvez viesse a competir”, conta Teresa. Outra curiosidade é que só existem fêmeas dessa espécie. “Um indivíduo já se reproduz. Elas produzem ovos que não precisam ser fertilizados”, explica Teresa. Elas botam dois ovos por vez; possivelmente várias vezes ao ano. “Bom para colonizar um local”, afirma Teresa.
Características
No momento, ela e Hoogmoed seguem monitorando a espécie asiática, que emite pequenos e baixos sons e está mais ligada a plantas. Isso porque ela se alimenta de insetos, do néctar das plantas e ainda gosta de geleia. O bom gosto gastronômico é só mais uma peculiaridade deste pequeno réptil. “Por ora, ela só está em ambiente urbano e não faz mal nenhum”, diz Teresa.
Os dedos das patas também são diferentes comparados com os da espécie de lagartixa mais comum dentro das casas no Brasil. Outra diferença é que a lagartixa asiática tem o hábito de enrolar e desenrolar a cauda lateralmente. Lagartixas são famosas por sua capacidade de se dispersar por longas distâncias, em parte por sua capacidade de flutuação utilizando detritos e pela possibilidade de acompanhar fluxos de transporte humano, como navios e aeronaves. Com informações e fotografia da assessoria. Crédito: M.S. Hoogmoed. Arte: Observatório Eco.