A importância dos jardins em templos religiosos
Da Redação em 6 March, 2019
Tuite
Artigo de Danny Braz.
Um jardim pode ter vários papéis dentro de um projeto arquitetônico, desde apenas ser uma área bela, atender a um hobby ou buscar melhorias de qualidade de vida. Porém, quando falamos de jardins destinados a templos religiosos podemos ver um papel ainda mais particular sendo desempenhado.
Independente de qual religião aquele templo atenda, o seu jardim tem uma função clara de evocar momentos de introspecção, devoção, reflexão e bem-estar. Isso tem a ver com o modo como o contato com a natureza permite que as pessoas se sintam bem. Isso é algo tangível, tem a ver com a temperatura amena, ar limpo, beleza visual, dentre outros estímulos sensoriais que proporcionam bem estar físico e mental.
Essa paz mental e física ajuda na introspeção, na meditação e no contato que a fé caracteriza como uma proximidade com o divino. É uma característica típica da busca pela fé tentar se aproximar da natureza. Esse contato acaba ganhando conotação espiritual. O resultado são os estímulos físicos e sensoriais proporcionados pelo ambiente.
Muito disso é resultado da grande quantidade de metáforas e histórias religiosas que conectam jardins a obras de um criador supremo, ou como locais sagrados. A verdade é, que independente de crença, o bem estar do ambiente permite um momento de tranquilidade e paz que se conecta a mensagens positivas de maneira orgânica.
Seja por uma real conexão com o sagrado, seja por questões fisiológicas, o fato é que o jardim desempenha um papel de auxílio à prática da fé, o que é importante para quem a pratica. O contato com a fé demanda, em muitas religiões, um certo grau de simbologia que ajuda a mente humana a sentir-se conectada a algo superior. O jardim abraça essa simbologia ao mesmo tempo que proporciona um local agradável para uma prática que traz bem estar para o indivíduo.
Manter esse tipo de área saudável e bela demanda, também, um cuidado muito específico. Seu sistema de irrigação precisa atender a um alto padrão, por exemplo, já que é um ambiente de cuidado com a vida, e que carrega uma perfeição é simbólica à fés. Manter o local belo, exuberante e vivo é importante, e a água faz o papel central dessa necessidade. É preciso um cuidado especial, pois também não pode haver desperdício. São projetos arquitetônicos muito complexos.
Há templos que incorporam elementos da cultura do país em seus jardins, e muitos desses espaços são abertos ao público que não necessariamente são seguidores daquela religião. Um exemplo interessante são os imensos jardins da Fé bahá’í, que carregam grande simbologia em formatos e variedades de cores em suas plantas. Independente da fé, o templo sempre proporciona benefícios pelo contato com o natural.
O bem estar de seus fiéis é o bem estar de sua fé e, independente de qualquer posição religiosa, o ser humano sempre se volta ao natural quando quer encontrar paz e tranquilidade, haja vista as metáforas sobre a vida no campo que existem da poesia. Por isso, o jardim é tão importante, independentemente de onde ele estiver.
Danny Braz, engenheiro civil, consultor internacional com foco em construções verdes e diretor geral da empresa Regatec.