Ambientalistas canadenses defendem adoção de estudos sobre evidências climáticas
Da Redação em 11 March, 2016
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O Primeiro Ministro canadense Justin Trudeau em visita oficial aos Estados Unidos a partir desta quinta-feira, 10 de março, discutirá politicas climáticas com o presidente Barack Obama. Em função dessa agenda, ambientalistas canadenses estão se mobilizando para que Trudeau implemente o teste baseado em evidências climáticas para todos os projetos e políticas de energia sob revisão federal. Esse teste permite avaliar, de forma consistente e em linha com os compromissos assumidos no Acordo de Paris, a viabilidade econômica da infra-estrutura energética em um mundo que está em transição para abandonar os combustíveis fósseis.
“Analisar projetos e políticas de energia à luz de seus potenciais impactos climáticos pode ajudar o Canadá e os Estados Unidos a fazer a transição para uma energia mais limpa e cumprir seus compromissos climáticos”, explicou Anthony Swift, diretor do Projeto Canadá do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais. “Trata-se de uma etapa fundamental, considerando-se os compromissos que o primeiro-ministro Trudeau e o presidente Obama assumiram em Paris, e também para fortalecer seu relacionamento após a decisão do presidente Obama de rejeitar o gasoduto Keystone XL”, completou.
Atualmente, os reguladores canadenses avaliam os projetos de energia com base em projeções de crescimento do uso de combustíveis fósseis no Canadá e no mundo feitas em um cenário de “business as usual”, ou seja, sem levar em conta a tendência e o compromisso global de descarbonizar a economia. Estes cenários “de referência” desconsideram as metas climáticas acordadas internacionalmente. No entanto, à luz do histórico Acordo de Paris, apoiado pelos 195 países-membros nas Nações Unidas, o Canadá precisa modernizar suas avaliações ambientais para assegurar a coerência com os compromissos climáticos domésticos e internacionais.
“À luz das mudanças nas políticas climáticas canadense, norte-americana e global, é essencial que o Canadá comece a mensurar políticas e oportunidades de investimento dentro de um caminho que leve à segurança climática”, destacou Dale Marshall, Gerente de Programas Nacionais da Defesa do Meio Ambiente. “Uma colaboração mais forte em clima e energias limpas entre os Estados Unidos e o Canadá representa uma oportunidade para garantir que estes dois países investirão em projetos que apoiam um crescimento de baixo carbono.”
Os ambientalistas pedem que os líderes incluam a discussão sobre testes harmonizados de clima em sua agenda e que concordem em tomar medidas para aplicar a ciência do clima às decisões sobre os grandes projetos de energia.
“O Canadá deve modelar cenários energéticos para avaliar o impacto de políticas climáticas mais fortes em casa e no exterior, incluindo os preços de carbono e limites regulatórios sobre as emissões no setor dos combustíveis fósseis, como aqueles que em breve existirão nas areias betumosas de Alberta.” – Erin Flanagan, Diretor de Políticas Federais no Instituto Pembina.
“O Canadá precisa de testes climáticos significativos para garantir que as decisões de investimento de curto prazo não fiquem no meio doo caminho dos planos de longo prazo de dissociar o crescimento econômico do aumento das emissões. Para que o Canadá reduza suas emissões de acordo com as obrigações internacionais, suas Províncias devem adotar o teste do clima também, já que a maioria dos projetos não estão sob a jurisdição federal.” – Sidney Ribaux, Diretor Executivo da Equiterre.
“Este teste climático é sobre fornecer aos formuladores de políticas os meios para determinar quais projetos são economicamente viáveis em um mundo que está em transição para um futuro seguro do ponto de vista climático. Usando este teste, os formuladores de políticas podem deslocar o investimento para projetos que beneficiarão a economia a longo prazo.” – Catherine Abreu, coordenadora da campanha de Energia do Centro de Ação Ecologia. Com informações da assessoria.