Para especialistas, Rio+20 não alcançou o objetivo esperado

em 21 August, 2012


Durante evento realizado nesta terça-feira (21/08), pelo Lide Sustentabilidade, Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores, Fabio Feldmann, ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e Hugo Bethlem, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar, debateram com os empresários o tema “Avaliação da Rio+ 20 e novos caminhos sustentáveis para o Brasil”.

O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, abriu as apresentações e destacou a importância do envolvimento do governo para o sucesso da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. O chanceler comparou a Rio+20 com a Eco 92. “O presidente Collor de Melo enxergou a importância do evento para o Brasil e para o seu próprio governo, dando a devida atenção e destacando pessoas sensíveis à questão ambiental para tomar a frente da organização. A conferência marcou uma época e introduziu o tema ambiental em âmbito internacional”, concluiu.

Para Fabio Feldman, ex-secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, o Brasil realmente não exerceu a liderança que era esperada. “O Brasil era aquela menina bonita que todos querem dançar durante o baile”, comentou Feldman. “Temos uma sociedade civil organizada, temos um setor privado sensível às questões ambientais, mas, infelizmente, sinto que faltam clareza e força de vontade para exercer essa liderança”, afirmou o ex-secretário.

“O governo tem sido hesitante nas questões ambientais e o debate do Código Florestal, aprovado recentemente, nos mostra bem isso. No entanto, na ausência de uma liderança governamental, a sociedade civil está antenada e sinaliza tendências que podem ser acompanhadas ou não pelo setor privado” garantiu Feldman. “Para exemplificar o fracasso da conferência, a palavra ciência saiu do documento final, o que é um equívoco, pois há fundamentos científicos para comprovar a urgência de tomadas de decisões em relação ao meio ambiente”, lembrou.

Na opinião de Hugo Bethlem, vice-presidente do Grupo Pão de Açúcar, o setor privado finalmente entendeu seu papel dentro deste sistema e, mais que entrar pela porta da frente durante a conferencia da Rio+20, abriu as portas para o tema. “Acredito que a Rio+20 começou dentro de uma ótica muito otimista, as expectativas estavam muito altas, ao final percebemos que ainda falta muito”, enfatizou o empresário.

Segundo o executivo, o Grupo Pão de Açúcar está fazendo sua parte, como o projeto de rastreabilidade, que permite ao consumidor saber onde a semente da alface que ele está consumindo foi plantada, e por todo o processo que ela passou até sua mesa. “O investimento é alto, mas acredito que se o consumidor pensar na segurança alimentar de seus filhos, ele vai entender e aceitar o custo deste alimento mais saudável”, destacou Bethlem.

Ainda na avaliação de Hugo Bethlem, o consumidor precisa aprender a valorizar o produto local, mais do que o global. “Talvez quando a posse se tornar menos importante do que o uso, nossa sociedade esteja mais preparada para encarar os desafios que virão. A solução está em nossas mãos, não podemos esperar, vamos fazer”, concluiu o empresário. Com informações da assessoria.




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