Justiça suspende o plantio de eucaliptos em SP
Da Redação em 12 November, 2011
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A Defensoria Pública em Taubaté (SP) obteve decisão liminar da Justiça que determina a suspensão da plantação de eucaliptos nos municípios de Taubaté e Redenção da Serra, no Vale do Paraíba, até que sejam realizados Estudos de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e audiências públicas relativas a cada empreendimento que cultiva a árvore nessas duas cidades.
Em caso de descumprimento, está prevista uma multa diária de R$ 15 mil. A decisão – da Vara da Fazenda Pública de Taubaté – também impõe ao Estado e aos respectivos municípios a obrigação de fiscalizar o cumprimento da liminar e respeitar as normas ambientais.
“Se não existem estudos detalhados sobre os efeitos do plantio de eucaliptos realizado, que esteja sendo realizado ou que vai se realizar, pode-se considerar sob perigo a coletividade, até que se demonstre segurança naquilo que se faz”, apontou o Juiz Paulo Roberto da Silva.
A decisão decorre de ação civil pública proposta pelo Defensor Público Wagner Giron de La Torre em face da VCP Votorantim Celulose e Papel, hoje conhecida como FIBRIA –responsável, segundo a ação, pela implantação da monocultura na região – e também em face dos municípios de Taubaté e Redenção da Serra, bem como do Estado de São Paulo,responsáveis pela fiscalização do cumprimento das normas ambientais.
A ação foi proposta em razão de diversas denúncias feitas por movimentos de defesa do meio ambiente da região. Segundo consta na ação, a VCP/Fibria é responsável pelo plantio intensivo do eucalipto na Bacia do Rio Una, tombada como patrimônio histórico e ambiental de Taubaté e uma das principais fontes de abastecimento de água potável para a população de Tremembé e Taubaté. A área ainda é classificada como uma área de preservação permanente (APP) e como tal a exploração dos recursos naturais é proibida.
Além disso, o plantio intensivo de eucalipto nesta área estaria causando a extinção de inúmeras fontes de água, rios e cachoeiras, bem como acelerando o processo de assoreamento do Rio Una.
Outro problema ambiental registrado diz respeito à aceleração do processo de desertificação de terras e perda de solos férteis devido ao grande número de estradas clandestinas abertas em meio às plantações de eucalipto para escoamento das toras dessas árvores por meio de caminhões.
Diante desses e de outros problemas ambientais e sociais encontrados, a Defensoria pede, além da suspensão do plantio de eucalipto, o corte das árvores de eucalipto plantadas nas APPs, inclusive em topos de morros, e indenização pelos danos ambientais já causados. Na ação, a Defensoria pede ainda que sejam cumpridas pelos órgãos públicos as normas ambientais com a exigência de realização de processo administrativo de licenciamento ambiental. Além disso, que os municípios envolvidos instituam um zoneamento agroflorestal em seus territórios, direcionados à preservação dos recursos naturais.
Citada para se manifestar sobre o pedido de antecipação de tutela, a Fazenda Pública de São Paulo disse não ter interesse na causa, pois o licenciamento ambiental no Estado é feito pela CETESB, que informou à Fazenda “da inexistência de controle ambiental, no âmbito administrativo, relacionado ao desenvolvimento do monocultivo industrial sob exame, atestando a inexistência de licenças para tanto”, segundo o juízo.
De acordo com a Defensoria, na região são cultivadas 25.649.800 árvores de eucalipto nos municípios mencionados, Taubaté e Redenção da Serra. A decisão do juiz ainda é em fase de antecipação de tutela e a empresa responsável pelo empreendimento agroflorestal ainda não foi intimada para se manifestar na ação civil pública. Com informações da assessoria da Defensoria Pública.
Mauricio Alves, 13 anos atrás
Nós, brasileiros, temos esse cacoete de “vira-latas” de achar que tudo que vem de fora é melhor do que os nossos.
O eucalipto, planta de áreas desertificadas, evidentemente foi uma das desgraças introduzidas em nosso território. Encontrou terreno fértil, e assim invadiu áreas nobres, tais como o Espírito Santo e o sul da Bahia.
Nossa idiotia permitiu a derrubada de matas nativas, ricas em jacarandá, ipês, jequitibás, parajús, e tantas outras madeiras de lei, em detrimento de florestamento em eucalipto e pinus.
O negócio dá lucro financeiro rápido, todavia um prejuízo ambiental incalculável. Não precisar ser versado para entender, basta observar-se o silêncio sepulcral dentro desses plantios…
Nosso cientista Augusto Ruschi previa, como chamava esse reflorestamento em DESERTO VERDE…
Sob essa desgraça nada viceja, nada sobrevive… Nem mesmo o pardal outra desgraça “nacionalizada”.
A vida nessas “florestas” desapareceu e levou também as águas…
Por que não se pesquisou dentre inúmeras variedades outras essências nacionais ?
Eis um assunto não tocado nos debates do Novo Código Florestal.
Quanta incúria e gente dando palpites errados!