COP 17 e a extensão do Protocolo de Kyoto
Da Redação em 10 November, 2011
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Para a diretora do Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Karen Suassuna, a COP 17 será diferente das realizadas em Copenhague e Cancún porque há “grandes chances de se conseguir efetivamente um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto”. Ainda de acordo com a representante do Ministério do Meio Ambiente, os acordos definidos anteriormente continuam sendo implementados, especialmente o Fundo Verde do Clima.
O Brasil chegará a Conferência Mundial do Clima – COP 17, em Durban (África do Sul) com uma posição razoável em relação aos outros países, ressaltando o esforço do governo federal, estados e principais atores de negócio da sociedade civil para implementar mudanças na legislação para uma economia verde no Brasil. “Nós tivemos vários avanços nos últimos dois anos, entre eles o Fundo do Clima, as legislações ambientais em andamento e queda significativa e constante no desmatamento no Brasil, tanto do cerrado quanto da Amazônia. Estamos fazendo a lição de casa”, disse Karen, em debate promovido pelo Conselho de Sustentabilidade da FecomércioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), nesta quinta-feira (10/11), na sede da entidade.
Para José Goldemberg, presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, a Conferência Mundial do Clima é um preparativo para a Rio+20, que será realizada em junho de 2012 na capital fluminense e que tentará equacionar os mecanismos pelos quais os países desenvolvidos ajudem os países em desenvolvimento a reduzir a emissão de carbono. “Os países desenvolvidos se comprometeram a criar um fundo de US$ 100 bilhões para esses mecanismos serem colocados em prática e isso não foi feito até o momento”, disse.
Para o coordenador de Mudanças Climáticas e Economia Verde da Secretaria do Estado de Meio Ambiente, Oswaldo Lucon, “essa questão de direito histórico de poluir é ridículo e suicida. Nós não temos outro planeta pra migrar”.
Uma economia ineficiente aumenta a procura por matérias primas. Qual projeto de futuro o Brasil tem? Lucon apresentou números que mostram que a quantidade de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera vai dobrar até 2020. Segundo Karen, é preciso descobrir como construir diálogos com os Estados. “De nada adianta sermos signatários de acordos internacionais para o meio ambiente, sem a participação dos estados.”
A geração de energia é responsável por quase 60% das emissões, principalmente no setor de transporte. Mesmo com as iniciativas de São Paulo para mitigar sua pegada ambiental, a emissão na área de transporte irá duplicar, podendo chegar ao triplo caso nada mais seja feito. Outras áreas que têm importante contribuição negativa no Estado de São Paulo são a pecuária, metalurgia e indústria química e petroquímica.
Para Lucon, “a lei da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas tirou o governo de uma posição estática e estabeleceu limites e metas de redução de emissão de poluentes”. A meta é a redução em 20% a quantidade de emissão de CO² na atmosfera. Com informações da assessoria.