Pesquisa nega o aquecimento global

em 28 September, 2011


Depois de analisar e comparar literaturas sobre o aquecimento global, a geógrafa Daniela de Souza Onça é enfática: “as hipóteses que afirmam a existência do aquecimento global e sua culpabilidade pelos eventos extremos não são teorias científicas solidamente estabelecidas, e sim saídas de modelos matemáticos do clima.” Ou seja, para a pesquisadora, “o aquecimento global não é uma realidade!”

A pesquisa de doutorado “Quando o Sol brilha, eles fogem para a sombra…”: a ideologia do aquecimento global, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, foi baseada na comparação entre a literatura cética e a aquecimentista, especialmente na leitura do quarto relatório do IPCC, de 2007. Segundo a geógrafa, o fato de seu estudo ter sido baseado na literatura contraria alguns que dizem que uma autêntica pesquisa científica deve produzir dados, ao invés de uma análise teórica. “Não sei de onde foi tirada essa ideia nem qual é seu fundamento”, questiona Daniela. “Meu trabalho é, essencialmente, de discussão crítica da literatura disponível até aquele momento.”

Daniela afirma que não foi encontrada, até hoje, nenhuma prova ou mesmo evidência do aquecimento do planeta provocado pelo homem, mas somente saídas de modelos matemáticos do clima. “Muitas outras ‘provas’ são evocadas, como derretimento de geleiras, enchentes, furacões e secas. Mas tudo isso faz parte da variabilidade natural do sistema climático. Certamente, ocorreram eventos mais variáveis e intensos do que hoje ao longo de nossa história recente. A única ‘evidência’ são as saídas de modelos, mas quem disse que esses modelos representam adequadamente a realidade, ou que a representam suficientemente bem para sustentarmos o aquecimento global com tanta segurança?”, questiona.

Para a geógrafa, mesmo os modelos climáticos mais avançados ainda estão muito longe de conseguirem executar uma simulação do clima suficientemente acurada, portanto seus resultados não podem ser tomados como evidência. “Os modelos são baseados no conhecimento dos cientistas, que podem ser tanto insuficientes quanto incorretos”, defende Daniela.

IPCC

Os dados sobre o aquecimento global são compilados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change). O órgão foi estabelecido em 1988 pela Organização Meteorológica Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Daniela lembra que o IPCC não produz pesquisas, mas sim coleta trabalhos de cientistas, supostamente, do mundo todo. “Na verdade são pequenos grupos científicos que corroboram sua hipótese”, ressalta. Os dados são produzidos pelos laboratórios, universidades e institutos de pesquisa em geral, sendo posteriormente compilados e discutidos pelo Painel. Seus resultados e projeções consistem da reunião de todas essas pesquisas, avaliação de seu grau de certeza e uma conclusão final.

Exclusão social

Daniela constata que contrariar a hipótese do aquecimento global é, hoje, considerado um grave pecado contra o progresso da ciência e o futuro da humanidade. Na opinião da geógrafa, diversos problemas sociais e econômicos não são provocados pelas mudanças climáticas, mas sim pela estrutura excludente do sistema capitalista.

“A incidência de malária não é provocada pela elevação das temperaturas globais, mas sim por programas ineficazes ou inexistentes de saúde pública. A escassez de água potável não é provocada pela redução das precipitações, mas sim pela pressão crescente sobre recursos hídricos cada vez menos conservados”, exemplifica. Em seu estudo, Daniela avalia que “a pobreza e a miséria não são provocados pelo aquecimento global, mas pela concentração de renda.”

A pesquisadora ressalta que nosso planeta dispõe hoje de uma riqueza jamais sonhada em toda a história humana e, ainda assim, os problemas sociais não vislumbram qualquer possibilidade de solução. “Outrora, o motivo alegado para a persistência da desigualdade social foi a carência de tecnologia. Pois bem, a humanidade jamais viu tamanho desenvolvimento tecnológico como ao longo do século 20. No entanto, mais da metade das pessoas deste mundo ainda não possui acesso a inventos de séculos anteriores”, lamenta.

Para Daniela, o sistema capitalista  justifica a continuidade e o agravamento da miséria  com o aquecimento global, negando que seja resultado da concentração de renda, da ação de uns poucos conglomerados industriais, da falta de vontade política. “Assim, sendo todos culpados pelo aquecimento global, somos todos culpados de todas as misérias que nos afligem, e não governos ou empresas”, explica. Daniela teve a orientação do professor Tarik Rezende de Azevedo, do Departamento de Geografia da FFLCH. Com informações da Agência USP.




5 Comentarios

  1. Marcelo Acuña Coelho, 13 anos atrás

    É algo perturbador, mas que não pode ser descartado de nossas reflexões sobre o tema.

  2. Naida Dellamora Degrazia, 13 anos atrás

    Ainda que a Doutora Daniela de Souza Onça tenha razão quanto ao fato de que as pesquisas feitas não são suficientes para demonstrar o aquecimento global, pergunto: vamos então “liberar geral”, desperdiçando água, andando de automóvel à vontade, não fazendo coleta seletiva, não buscando energias limpas, destruindo a vegetação ciliar, plantando ou construindo casas nas encostas, não mantendo reserva legal nas propriedades rurais, plantando árvores exóticas a rodo, ignorando totalmente o princípio da precaução?
    Não há dúvida de que a concentração de renda propiciada pelo capitalismo está no cerne das causas geradoras da miséria. Não entendo, entretanto, por que uma coisa excluiria a outra, ou seja: a concentração de renda é o vilão; portanto, não está havendo aquecimento global, não há nenhuma “prova” disso.
    Será que os estudos feitos não servem sequer como indícios?
    Por favor, vamos ser razoáveis!

  3. Eduardo Basílio, 13 anos atrás

    Antes tarde do que nunca! Felizmente, estou vendo e lendo a cada dia mais e mais posicoes como a de Daniela atraves das midias. E bom lembrar que o “sistema” sempres usou de muitos artificios para conduzir as massas desinformadas e que gostam de bandeiras simplistas. E so estudar um pouquinho mais e verificamos os varios furos dessa estoria do aquecimento. Ha sempre muito mais coisas atras do que se diz por ai. Basta ter vontade de enchergar e sobretudo ter visao critica sobre as informacoes que nos chegam. No mundo capitalista o “bonzinho” ainda nao nasceu.

  4. Fabio Renato, 13 anos atrás

    é possível que tudo não passa de movimentos cíclicos? Sim, é!!! O que não podemos fechar os olhos são para as obviedades. Ou seja, desperdício, desmatamento, poluição, concentração de renda, e outros tantos ítens jamais podem ser salutares para o planeta e para a sociedade humana. Sendo assim, com ou sem aquecimento, as políticas públicas e obrigações privadas de conservação, manutenção da biodiversidade, limpeza das águas, etc, devem prosseguir por uma simples questão de senso do correto e do justo.


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