O futuro incerto do mercado de energia solar nos EUA
Da Redação em 18 March, 2012
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A indústria americana de energia solar teve um ano excepcional em 2011, com uma quantidade recorde de capacidade de geração instalada. Mas seu futuro ainda é nebuloso, devido às incertezas sobre o apoio do governo e uma possível guerra comercial com a China em torno dos equipamentos de energia solar. As informações são do Portal WTJ.
Em 2011, os Estados Unidos instalaram 1.855 megawatts de capacidade solar, mais do que o dobro de 2010, de acordo com a Associação das Indústrias de Energia Solar, um grupo do setor. O grande crescimento em instalações foi impulsionado por uma rápida queda nos preços de painéis solares e outros custos, que tornam a energia solar mais competitiva em relação a outras fontes tradicionais de eletricidade, e por um subsídio do governo que venceu no final do ano, o que levou muitas empresas a finalizarem projetos para conseguir aproveitar o auxílio.
A capacidade total de geração de energia solar nos EUA agora soma mais de 4400 megawatts — o equivalente a quatro plantas nucleares —, mas a energia solar ainda responde por uma fração minúscula da geração de eletricidade do país. A indústria espera que as instalações em megawatts cresçam 50% neste ano.
Mundialmente, a energia solar enfrenta muitos dos mesmos desafios enfrentados nos EUA. Os principais mercados, como a Alemanha, viram um grande crescimento nos últimos anos e agora estão reduzindo subsídios. A China, que no ano passado instalou mais energia solar do que os EUA, também pretende limitar o desenvolvimento solar. A HSBC Holdings PLC prevê que o crescimento mundial será essencialmente o mesmo do ano passado.
Nos EUA, há incertezas acerca do apoio do governo para energia limpa, principalmente energia solar, após a falência, em meados do ano passado, da Solyndra LLC, uma beneficiária de empréstimos do governo.
O Senado americano rejeitou uma iniciativa para renovar um programa de subsídios para energia limpa que começou em 2009 e expirou no ano passado. O programa facilitou o financiamento de novas instalações para projetos de pequena escala, pois distribuiu recursos em dinheiro em vez de créditos fiscais. Outros créditos fiscais importantes para a energia solar continuam valendo, mas eles são mais adequados para grandes empreendedores.
Rhone Resch, presidente da Associação das Indústrias de Energia Solar, disse que o setor poderia gerar mais 37.000 empregos se o programa de subsídios em dinheiro fosse renovado. Cerca de 100.000 pessoas foram empregadas pela indústria solar em 2011.
Apesar da aparente extinção desse subsídio, alguns analistas ainda dizem que as perspectivas para o mercado de energia solar nos EUA em 2012 são boas. Pesquisadores de mercado da firma GTM Research preveem, para este ano, instalações de aproximadamente 2.800 megawatts, cerca de 50% a mais do que no ano passado. Uma razão pela qual o crescimento deverá continuar é que muitos empreendedores iniciaram a projetos solares a tempo de se beneficiar dos subsídios em dinheiro ora expirados. O impacto total do cancelamento do programa não será sentido antes do final deste ano, disse a GTM.
O preço médio de sistemas solares completos caiu 35% nos últimos dois anos, em grande parte por causa de componentes mais baratos vindos da China. Para empreendedores e consumidores, isso ajuda a tornar a energia solar mais competitiva diante da energia convencional. Algumas grandes empresas de energia, como a NRG Energy Inc. e a divisão MidAmerican Energy Holdings Co. da Berkshire Hathaway Inc., do investidor Warren Buffett, aumentaram os investimentos em energia solar.
Mas os preços baixos dos componentes solares estão prejudicando fabricantes americanos de equipamentos, que acabam fortemente pressionados a competir com as importações baratas.
Tensões comerciais com a China poderiam prejudicar o crescimento da capacidade solar do país. Na próxima semana, o Departamento de Comércio dos EUA deve chegar a uma decisão preliminar sobre uma queixa antitruste feita por uma divisão americana de uma companhia alemã. A empresa argumenta que fabricantes chineses de equipamentos de energia solar recebem apoio estatal excessivo e vendem seus produtos fora do país a preço abaixo do custo — acusação que os chineses negam.
O caso vem dividindo a indústria solar americana. Algumas empresas, inclusive fabricantes americanos de equipamento solar, estão ansiosos por verem as importações chinesas taxadas em mais de 100%. Outras, como as companhias que desenvolvem projetos de energia solar e aquelas que compram sua energia, receiam que aumentar impostos e preços nas importações tornará a energia solar menos competitiva e levará ao fechamento de instalações. Com informações do portal WST.