Publicação mostra impacto do monocultivo de eucalipto e pinus
Da Redação em 15 January, 2012
Tuite
A ONG “Escravo, nem pensar!” acaba de lançar a cartilha “Deserto Verde” – os impactos do cultivo de eucalipto e pinus no Brasil. A publicação, elaborada pelo programa com base em pesquisa do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis, outro projeto da ONG Repórter Brasil, traz uma análise dos impactos socioambientais gerados pela monocultura do eucalipto e do pinus (culturas conhecidas como silvicultura) nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A publicação foi impressa com o apoio do Instituto Rosa Luxemburgo Stiftung.
O material é destinado para professores e professoras, comunidades e entidades socioambientais. A cartilha apresenta dados sobre a extensão das plantações, o volume de produção e investimentos do setor no país. Informações sobre desdobramentos legais de alguns casos e os impactos dos empreendimentos de eucaliptos e pinus sobre comunidades tradicionais completam a publicação. Com o intuito de fomentar a discussão sobre essa questão, a seção “Para debater o tema” apresenta propostas didáticas para refletir sobre o avanço das plantações.
As plantações de eucalipto e pinus ocupam, atualmente, 6,5 milhões de hectares em todo o país. Nas últimas décadas, o cultivo dessas espécies se expandiu significativamente pelo campo, em parte justificado e propagandeado como benfeitoria ambiental.
E qual a finalidade de toda essa plantação? Os eucaliptos servem de matéria-prima para a produção de celulose, carvão vegetal e ferro-gusa, componente do aço. No Brasil, onde há dois grandes pólos siderúrgicos – Carajás (PA) e Betim (MG) – a demanda por esses insumos é constante.
Ocupando, em geral, exclusividade no uso do solo das grandes propriedades em que são plantadas, eucaliptos e pinus acabam formando uma extensa paisagem uniforme. Por conta desse cenário com pouca diversidade de fauna e flora, além dos possíveis efeitos nos recursos hídricos, o termo “deserto verde” vem justamente contrapor a ideia positiva do “reflorestamento” que, cada vez mais, acompanha essas culturas.
Trabalho escravo e conflito agrário
Os casos de trabalho escravo no Brasil têm sido flagrados em distintas atividades agrícolas e o cultivo de eucalipto e pinus também faz parte desse lamentável contexto. De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, casos de trabalho escravo nas atividades de pinus e eucaliptos representam 7% do total da “lista suja”, cadastro que registra dados dos empregadores flagrados utilizando mão de obra escrava.
Segundo a cartilha, os impactos da silvicultura não se restringem ao meio ambiente e às violações trabalhistas. Essa atividade econômica atende demandas empresariais de expansão e apropriação de territórios, gerando muitas vezes choque com comunidades tradicionais, como camponeses, quilombolas e indígenas, que possuem uma relação diferente com a terra. Por isso, o conflito agrário, decorrente da disputa por terra, água e outros recursos naturais, acaba sendo uma das piores consequências. Na cartilha, você encontrará informações sobre casos de conflitos e resistência que aconteceram em Minas Gerais, Espírito Santo e no Mapito, região que engloba os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins. Com informações da ONG Escravo, nem pensar.
Clique aqui para baixar o arquivo da cartilha “Deserto Verde” – os impactos do cultivo de eucalipto e pinus no Brasil.
Mauricio Alves, 12 anos atrás
Nosso cientísta, o Dr. Ruschi, já predizia os malefícios do eucalipto em nossas terras. Naquela época ele já intitulava de “deserto verde” essas silviculturas, que desgraram, como ainda continuam desgraçar nosso rico solo do Norte do Esírito Santo e o lindeiro Sul da Bahia. Extingüiram a maior reserva de madeiras nobres como o JACARANDÁ, a PEROBA, dentre inúmeras outras espécies nativas para substituírem pelo DESERTO VERDE.
Realmente, quem se dispuzer parar dentro dessas “florestas” verificará o SILÊNCIO SEPULCRAL existente… Nada existe, nenhuma vida, nenhum animal, nem cobra… Aliás, nem o PARDAL, o animal mais inútil e bobo, que só serve para dessimar doenças, quando invadem hospitais para retirar material para confeccionar seus ninhos!
Esse é o maior crime ambiental, com a parcimônia dois órgãos governamentais, quando não são “sócios” ou tem “participações” nas diretorias. É a constante…