PF vai investigar vazamento de petróleo na Bacia de Campos
Da Redação em 16 November, 2011
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O delegado Fabio Scliar, titular da Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal (PF), determinou, nesta quarta-feira (16/11), a abertura de inquérito para investigar o vazamento de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, norte do Rio de Janeiro.
A responsabilidade pela exploração da área é da empresa Chevron Brasil Upstream (Texaco do Brasil). Desde a última quarta-feira (09/11), ela trabalha para conter o vazamento, que está vindo do fundo do oceano.
De acordo com a PF no Rio, uma equipe de peritos da Delegacia do Meio Ambiente foi deslocada na tarde de hoje para o município de Campos, devendo começar na quinta-feira (17/11) os trabalhos para detectar a extensão e as possíveis causas do vazamento.
Se for necessário, os policiais vão requisitar aeronave para chegar ao local do acidente ambiente, distante cerca de 120 quilômetros da costa. A mancha tem 160 quilômetros quadrados, o equivalente a cerca da metade da área da Baía de Guanabara.
Poço será lacrado
Segundo a Chevron, já foram iniciados procedimentos de fechamento do poço, com injeção de lama pesada e posterior cimentação. O vazamento está situado a uma profundidade de 1,2 mil metros de lâmina d´água e o petróleo que vaza é do tipo pesado.
A empresa petroleira começou na quarta-feira (16/11) a introduzir lama pesada no poço e informou por meio de nota que o próximo passo será cimentar o poço para inutilizá-lo de forma definitiva.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) aprovou, na segunda-feira (14/11), o plano de abandono do poço apresentado pela Chevron.
Causas do vazamento
Sobre as causas do vazamento, a principal hipótese da petroleira é que uma fratura provocada por procedimentos de estabilização do poço tenha liberado o óleo, que vazou por uma falha geológica.
A Chevron é inteiramente responsável pela contenção do vazamento. Dezoito navios estão participando dos trabalhos de contenção do vazamento, oito da própria Chevron e dez cedidos pelas empresas Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell, que também operam na Bacia de Campos.
Preocupação
Para a coordenadora da Campanha de Clima e Energia da organização não governamental (ONG) Greenpeace, Leandra Gonçalves,o vazamento, que já se espalhou por mais de 160 quilômetros quadrados (aproximadamente a área de 25 mil campos de futebol), serve de alerta para que o governo brasileiro repense as licitações para exploração de petróleo. Ela defendeu que o país crie um programa de contenção de vazamentos que garantam a exploração segura de petróleo.
“O Campo de Frade é um dos maiores campos em produção de petróleo no Brasil desde 2009 e, se o vazamento se deu por uma falha geológica, essa falha deveria ter sido prevista no estudo de impacto. O governo está investindo muito dinheiro na exploração offshore [em alto-mar] de petróleo com pouco ou quase nenhum plano de segurança. Essas operações são de alto risco ”, disse Gonçalves.
Ela lembrou que o Ministério do Meio Ambiente criou um mecanismo para acelerar a emissão de licenças ambientais justamente para o setor de petróleo e gás. “Estudos mais detalhados para garantir uma maior segurança para essas operações são inexistentes, como vimos no Golfo do México e, agora, na Bacia de Campos. Amanhã pode ser nas nossas praias”, advertiu a ambientalista. Com a reunião de informações da Agência Brasil.