ONU lança relatório final sobre economia verde

em 16 November, 2011


Países de todos os cantos do mundo estão desenvolvendo estratégias de Economia Verde e atividades para estimular o crescimento econômico e a geração de empregos, a proteção ambiental e a igualdade social.

O novo relatório da ONU demonstra que governos e empresas estão tomando medidas para acelerar uma mudança global para um futuro verde de baixo carbono, com eficiência de recursos e inclusão social.

Em comunicado divulgado, nesta quarta-feira (16/11),  no marco do lançamento do relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, declarou que o estudo “desafia o mito de que economia e meio ambiente não se relacionam. Com políticas públicas inteligentes, os governos podem fazer crescer suas economias, gerar emprego decente e acelerar o progresso social de forma a manter a pegada ecológica da humanidade dentro da capacidade do planeta”.

O relatório, que é resultado de um esforço global de pesquisa de três anos envolvendo centenas de especialistas, foi submetido a uma consulta pública de três meses antes de ser divulgado em sua versão final.

O estudo confirma que um investimento de 2% do PIB global em 10 setores-chave da economia é o necessário para iniciar uma mudança da atual economia marrom, poluente e ineficiente, para uma economia verde.

Como resultado, um número crescente de países está investindo em iniciativas para acelerar essa transição. A China, por exemplo, é o país que mais investe em energia renovável. Outros países, como Barbados, Camboja, Indonésia, República da Coreia e África do Sul, já têm planos nacionais de Economia Verde que refletem as recomendações do Relatório. Além disso, países como a Armênia, Azerbaijão, Egito, Quênia, Jordânia, Malásia, México, Nepal, Senegal e Ucrânia estão se concentrando no ‘esverdeamento’ de setores prioritários, como agricultura, energias renováveis, turismo e tecnologias limpas.

No âmbito dos negócios, o PNUMA estabeleceu parcerias com 285 dos principais investidores do mundo — representando US$ 20 trilhões de ativos —, que pediram aos governos que mobilizem a ação sobre a mudança climática, incluindo investimentos em indústrias emergentes como as energias renováveis e edificações verdes. Apelos semelhantes foram realizados pela Câmara de Comércio Internacional, que representa centenas de milhares de empresas em mais de 130 países.

“A Convenção da ONU sobre Mudança do Clima em Durban, que acontecerá na próxima semana, e a Conferência Rio+20 são grandes oportunidades para acelerar e ampliar a Economia Verde. Ações de Cooperação abrangem desde a Iniciativa de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) até as compras verdes para mudar os esforços nacionais no campo da sustentabilidade. Ademais, um novo indicador de riqueza vai além do PIB e internaliza os custos da poluição e degradação ao trazer o verdadeiro valor da natureza, com base em cálculos que nos levam a um caminho de sucesso e economicamente sustentável”, disse Achim Steiner, Diretor-Executivo do PNUMA.

Mesmo sabendo que as questões de financiamento e negócios ainda serão abordadas mais profundamente, o relatório mostra que investir o equivalente a 2% do PIB mundial em agricultura, energia, construção, água, florestas, pesca, indústria, resíduos, turismo e transporte não só deslocam a economia global para uma trajetória de crescimento mais sustentável, mas também mantêm ou aumentam o crescimento ao longo do tempo em comparação com o cenário habitual de negócios.

O relatório traz recomendações de políticas em cada um dos 10 setores-chave, bem como sobre o financiamento e as condições de habilitação.

O Relatório Economia Verde sugere que “empregos novos e emprego decente” serão catalisados ao longo do tempo nesses setores-chave. No Brasil, a OIT recentemente ajudou a apoiar a construção de 500 mil novas casas com sistemas de aquecimento solar, resultando em 30 mil novos empregos. Com informações da ONU/Brasil.

A versão em inglês do relatório pode ser vista aqui.




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