Governo divulgará dados do desmate na Amazônia
Da Redação em 19 February, 2011
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O governo federal promete divulgar em março os primeiros dados sobre o desmatamento, em áreas da Amazônia, que passam a maior parte do ano encobertas por nuvens. Os dados são obtidos por meio do satélite japonês Alos, que tem um radar com sensor capaz de obter imagens mesmo em zonas chuvosas, como a região equatorial amazônica.
A avaliação foi feita pelo novo sistema de monitoramento do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), chamado Indicar (Indicador de Desmatamento com Imagens e Radar). As informações vão colaborar com fiscais do Instituto e Polícia Federal para o combate e apreensão de contraventores ambientais.
O Ibama trabalha em parceria com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para o monitoramento do bioma em território brasileiro, com a ajuda dos sistemas Prodes, Deter e Detex. Os três juntos estão contribuindo, desde 2004, para o fornecimento de informação no combate ao desmatamento.
Zonas cobertas
No entanto, esses equipamentos apresentam problemas de cobertura em regiões que possuem florestas densas e chuvosas. Eles não conseguem produzir imagens através das nuvens. Os biomas que causam maior problemas para os três sistemas são as florestas ombrófilas densas, como a região equatorial amazônica.
“Os desmatadores descobriram que nossos sistemas de monitoramento não conseguiam cobrir essas regiões chuvosas e aproveitavam para desmatar. Esse é o motivo pelo qual os sensores capazes de fazer imagens sobre condições de nuvens, como os que compõem o satélite japonês Alos – lançado pela Agência Espacial Japonesa (Jaxa), em 2006 – foram considerados como solução para essa ausência de informações”, explicou o coordenador geral de Zoneamento e Monitoramento Ambiental do Ibama, George Porto Ferreira.
Os radares transportados por aeronaves do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) foram concebidos para essa finalidade, porém por serem aerotransportados, têm demonstrado alto custo e baixa capacidade de repetir as imagens para que se faça uma relação de antes e depois, necessária para avaliar a real situação das florestas.
Japão oferece serviço sem custo para o Brasil – O Alos (Sistema Avançado de Observação da Terra), desenvolvido pelo Japão, destaca-se por seus sistemas orbitais com radares de abertura sintética que conseguem, durante o dia ou à noite, fazer imagens de faixas da superfície terrestre com 70 a 350 km, sem que a nebulosidade interfira.
O satélite japonês fica a cerca de 700 quilômetros de altitude e envia sinais de micro-ondas, que atravessam as nuvens, chegam ao solo terrestre e voltam para o radar. Todas as informações captadas são transmitidas para o Centro de Observação da Terra, órgão do governo japonês, e retransmitidas de 46 em 46 dias para o Ibama, quase sem custo. “Não podemos dizer que não há custos porque temos que contar com profissionais capacitados para realizar a análise, mas o Japão não cobra nada pelo serviço, porque quer contribuir para o combate ao desmatamento da Amazônia”, enfatiza Ferreira.
Números do desmatamento
O recorde de desmatamento verificado pelo Prodes aconteceu em 1995, quando a Amazônia perdeu 29.059 km2. Desde 2004, quando foram registrados 27.423 km2, o desmatamento vem diminuindo progressivamente, com exceção de 2008 que apresentou ligeiro aumento.
Deve-se destacar que, no início de 2008, o Deter mostrou que havia uma tendência de aceleração do desmatamento. Baseado no sistema de alerta, o governo pôde agir rápido e conter a devastação. Em 2009, o desmatamento correspondeu a 7.464 km2. No final do ano passado, o Inpe divulgou a estimativa do desmatamento de 2010, de 6.451 km2, a menor já registrada. Com informações do Secom.
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