Governos precisam aprender a lidar com as catástrofes ambientais
Da Redação em 28 January, 2011
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O ano de 2010 foi considerado pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um dos piores no que diz respeito aos desastres naturais nas últimas duas décadas. Caso o mundo não esteja melhor preparado para enfrentá-los, muitos desastres poderão vir nos próximos anos, afirmou uma funcionária da entidade que trabalha com redução de desastres.
No total, 373 catástrofes naturais provocaram a morte de mais de 296.800 pessoas no ano passado, afetando outras 208 milhões e causando prejuízos em torno de US$ 110 bilhões, segundo dados anuais compilados pelo Centro de Investigação sobre a Epidemiologia dos Desastres (CRED) da Universidade Católica de Louvain, em Bélgica, e apoiada pela Estratégia Internacional das Nações Unidas para a Redução de Desastres (UNISDR), órgão da ONU encarregado de ajudar a coordenar esforços para alcançar uma redução substancial nas perdas de desastres e construir nações e comunidades resilientes.
Gestão dos riscos ambientais
“Esses números são ruins, mas poderiam ser considerados benignos em relação aos anos que se aproximam”, disse a chefe da UNISDR e Representante Especial do Secretário-Geral para a Redução do Risco de Desastres, Margareta Wahlström. “Se não agirmos agora, vamos ver mais e mais desastres, devido à urbanização desordenada e degradação ambiental. E desastres relacionados ao clima certamente aumentarão no futuro, devido a fatores que incluem as alterações climáticas”.
De acordo com os dados, o terremoto de 12 de janeiro no Haiti deixou um saldo de mais de 222.500 mortos, enquanto a onda de calor do verão russo causou cerca de 56.000 mortes – tornando 2010 o ano com maior mortes relacionadas a desastres em pelo menos duas décadas.
Atualmente, as condições do fenômeno La Niña, de moderadas a fortes, estão bem estabelecidas na região equatorial do Oceano Pacífico, e é provável que continue até o primeiro trimestre deste ano, de acordo com relatório recente da Organização Meteorológica Mundial da ONU. “El Niño” é um aquecimento em grande escala de água no Oceano Pacífico Equatorial que ocorre a cada 3 a 5 anos e pode durar até 18 meses, enquanto o “La Niña” refere-se ao arrefecimento em larga escala das temperaturas do oceano na mesma região.
É creditado ao La Niña as inundações e deslizamentos de terra ocorridos na Colômbia no ano passado e, mais recentemente, as inundações em Queensland, Austrália, provocada pelas chuvas que começaram no final de dezembro.
“É fundamental para os governos locais, os líderes das cidades e seus parceiros incorporem as adaptações às alterações climáticas no planejamento urbano”, diz Wahlström, observando que a redução do risco de desastres já não é mais opcional. “O que chamamos de ‘redução do risco de desastres’ – e que alguns estão chamando de ‘redução do risco’ ou ‘gestão do risco’ – é uma ferramenta estratégica e técnica para ajudar os governos nacionais e locais a cumprirem as suas responsabilidades para com os cidadãos”. Com informações da ONU.
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