Custo ambiental de pavimentação da BR-319 é calculado em R$ 2 bilhões
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pavimentação da BR-319, entre Manaus (Amazonas) e Porto Velho (Rondônia) não é uma solução viável para a região e trará prejuízos de R$ 319 milhões nos próximos 25 anos, de acordo com a organização não governamental (ONG) Conservação Estratégica (CSF Brasil).
Estudo sobre os impactos da rodovia apresentado, durante uma audiência pública promovida pelas 4ª e 6ª câmaras de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), aponta que o prejuízo seria de mais de R$ 2 bilhões, se forem levados em conta os custos ambientais da obra.
Segundo o analista sênior da entidade, Leonardo Fleck, para que o projeto fosse viável, levando em conta os custos da redução das perdas ambientais, ele teria que gerar benefícios de R$ 780 milhões, o que seria o equivalente a quintuplicar os benefícios estimados para a rodovia.
A BR-319 foi construída na década de 1970, durante o governo militar, mas a falta de conservação fez com que a rodovia ficasse intransitável. O licenciamento ambiental para a restauração de um trecho de 400 quilômetros da estrada é motivo de polêmica na sociedade e até mesmo dentro do governo federal.
Para o biólogo Phillip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a estrada terá enormes impactos ambientais, tanto por ligar a Amazônia central ao arco do desmatamento, como pela abertura de estradas laterais, que vão agravar o desmatamento da região.
Ele defendeu que existem outras saídas para transportar a carga do Norte do país, como por meio de navios. “Se houvesse mais investimentos em portos, a tarifa poderia cair pela metade para o transporte de cabotagem no país”, avaliou. Segundo ele, a decisão de reconstruir a rodovia vai abrir uma enorme área de desmatamento na região “Não existe pressão econômica para ter rodovia logo, temos muito tempo para fazer estudos melhores antes de abrir essa estrada”.
Para o representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), Gabriel Pedrazzani, os principais impactos da obra na população indígena da região seriam, além dos desmatamentos e queimadas, o aumento da presença de madeireiros na região, o que poderia trazer doenças aos índios, a promoção do êxodo indígena para as proximidades da estrada, além da possibilidade de acidentes na estrada e a proliferação do alcoolismo e prostituição entre os indígenas. Com informações da Agência Brasil.