Congonhas: moradores sofrem com a chuva de querosene
Os moradores do entorno do Aeroporto de Congonhas (SP) são vítimas da “chuva” de querosene, quando os aviões pousam no terminal aéreo. A denúncia é do presidente da Associação dos Moradores das Vilas Noca e Ceci, Nelson Piva, e foi feita, nesta terça-feira (9/6), aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Danos Ambientais da Câmara Municipal.
“A chuva de querosene acontece no momento em que os aviões estão aterrissando, quando ocorre o refluxo de turbina. Ao chegar com o motor cheio, a aeronave precisa pousar e, nesse momento, ocorreu o refluxo de turbina e cai um chuvisco de querosene in natura em cima das casas e das pessoas. Evidentemente que isso não é coisa que acontece diariamente, mas pelo menos uma vez por semana somos vítimas dessa chuva”, disse Piva.
O vereador Paulo Frange (PTB) destacou que “é pertinente essa reclamação dos moradores, porque o ICMS cobrado pelo governo do Estado sobre o combustível para abastecimento no Aeroporto de Congonhas é mais alto do que em outros Estados. Com isso, as aeronaves são abastecidas em Estados onde o ICMS é mais barato e chegam aqui com seus tanques bastante carregados. Ao pousar ocorre o refluxo das turbinas e é comum o excesso de querosene com menos oxigênio, provocando a pulverização do combustível sobre as casas e pessoas”.
A outra queixa dos moradores é com relação ao barulho provocado pelos helicópteros das emissoras de televisão, agravando a poluição sonora provocada pelo Aeroporto de Congonhas.
Antigos problemas
Frange lembrou que a discussão a respeito dos problemas causados pelo Aeroporto de Congonhas é antiga. “A discussão começou nesta Câmara em 2001, quando foi criada a primeira comissão de estudos para tratar daquele terminal aéreo. Só que nesta CPI estamos tratando especificamente do passivo ambiental do aeroporto, pelo qual já foi multado em R$ 10 milhões e, recentemente foi aprovado, um estudo de impacto ambiental.”
O parlamentar destacou que a CPI precisa discutir como está o tratamento dos efluentes procedentes do Aeroporto de Congonhas. “Nós não sabemos para onde vai o esgoto daquela região, inclusive com produtos que são contaminantes do solo, que vão desde graxa até combustíveis que podem estar sendo despejados na rede pluvial”.
Sobre o assunto a CPI quer ouvir a Infraero e a Anac. Além disso, pretente verificar o intenso ruído provocado pelos aviões que utilizam Congonhas. O problema afeta principalmente aos moradores que residem próximo da cabeceira da pista. Com informações da Agência da Câmara Municipal.