Relatório da ONU sugere incentivos às práticas sustentáveis

em 20 May, 2012


Com 56 recomendações para ajudar a pôr em prática o conceito de desenvolvimento sustentável, o relatório das Nações Unidas (ONU) Povos Resilientes, Planeta Resiliente – Um Futuro Digno de Escolha teve sua versão em português lançada no Rio de Janeiro.

O documento foi elaborado pelo Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global da ONU e divulgado em janeiro deste ano, na Etiópia. É resultado de um grupo de trabalho formado por 22 autoridades, entre elas, a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira.

Entre as recomendações, a publicação de 154 páginas destaca a criação de indicadores para mitigar mudanças climáticas, sugere mecanismos fiscais e de crédito para incentivar práticas sustentáveis e também a eliminação de subsídios a combustíveis fósseis.

A menos de um mês da Conferência Rio+20, o documento pede a integração dos custos sociais e ambientais, além de mais engajamento da iniciativa privada em temas ligados à sustentabilidade.

Participaram da divulgação do relatório a ministra Izabella Teixeira, o secretário executivo do painel da ONU, Janos Pasztor, e o embaixador André Corrêa Lago, chefe da divisão de políticas de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável do Ministério das Relações Exteriores.

“Precisamos inovar e ousar, estabelecendo novos paradigmas mais sustentáveis, que promovam a igualdade social e o crescimento econômico, ao mesmo tempo em que garantam a preservação do nosso planeta”, afirmou a Ministra. “Este não é apenas mais um relatório. Não podemos esperar mais vinte anos para adotar ações concretas”, completou Teixeira ao ressaltar que os desafios para os próximos anos devem ser “traduzidos” para a realidade de cada nação, de modo a atender suas necessidades e promover a igualdade.

O fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) seria uma das questões principais para viabilizar esse processo.

“Pessoas Resilientes, Planeta Resiliente” pede pela integração dos custos sociais e ambientais do mesmo modo como são os preços mundiais e as medidas de atividades econômicas. Exige também um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável – que vão além da abordagem tradicional do Produto Interno Bruto (PIB) – e recomenda que os governos desenvolvam e apliquem objetivos de desenvolvimento sustentável que possam mobilizar a ação global e ajudar a monitorar o progresso.

O relatório, apresentado com um importante guia para o debate e as resoluções da Rio+20, mostra que, apesar de o PIB mundial ter aumentado 75% de 1992 a 2010, as disparidades entre o PIB per capita dos países desenvolvidos e em desenvolvimento aumentaram no mesmo período. A falta de acesso a saneamento básico atinge 2,6 bilhões de pessoas. Para piorar, os recursos naturais são explorados à exaustão, mas não são usufruídos de forma igualitária. Por exemplo, 85% de todos os estoques de peixes estão sobre-explorados, esgotados ou em processo de recuperação. Ainda de acordo com o relatório, 27% das pessoas em todo o mundo ainda vivem em situação de miséria absoluta.

Secretário-Executivo do GSP, Janos Pasztor destacou a necessidade de envolvimento de todos os setores da sociedade no delineamento dos cenários e objetivos futuros. “A contribuição da ciência é fundamental e parcerias entre as diferentes áreas de atividade humana e do conhecimento devem ser realizadas”, afirmou. “Tudo isso aliado ao ‘empoderamento’ das pessoas.” Com informações de várias agências.

Clique aqui para acessar o resumo executivo do Estudoda ONU




Deixe um comentário