Esgoto despejado no rio São Francisco é alvo de ação na Justiça
Da Redação em 17 April, 2012
Tuite
O Ministério Público Federal (MPF) em Petrolina (PE) ajuizou ação civil pública contra o município de Juazeiro (BA), o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAEE) e contra o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), pelo despejo de cerca de 45% do esgoto da cidade diretamente no rio São Francisco, sem qualquer tratamento prévio. O caso está sob a responsabilidade do procurador da República Alfredo Carlos Gonzaga Falcão Jr.
Embora o município tenha celebrado diversos convênios com instituições federais e, por consequência, tenha recebido vultosas verbas, o despejo do esgoto ainda está ocorrendo de maneira inadequada, com o lançamento de percentual elevado de resíduos não tratados no rio São Francisco.
Em 2007, o MPF/PE instaurou inquérito civil público para apurar a ocorrência de danos ambientais provenientes do lançamento dos efluentes no rio pelo SAEE, sem o devido tratamento, em desobediência às condições, padrões e exigências estabelecidas por lei.
Além do despejo, também foi observado que as estações de tratamento de esgoto e de água não dispõem do devido licenciamento ambiental para funcionar, o que impossibilita a aferição adequada dos eventuais riscos e danos provenientes das atividades.
A situação foi constatada por vistorias realizadas por órgãos como o Ibama, o Instituto do Meio Ambiente (IMA) e por visitas do programa Fiscalização Preventiva Integrada − que reúne órgãos ambientais federais e estaduais, além de polícias e os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho.
Dano ambiental
Na ação civil pública, o Ministério Público Federal pede, dentre outros requerimentos, que a Justiça Federal obrigue o município de Juazeiro e o SAEE a realizarem manutenção adequada do sistema de esgoto mediante projeto a ser apresentado em juízo e a providenciarem a licença ambiental de operação do sistema, que deve ser requerida com prioridade ao Inema, autarquia estadual responsável pelos programas relacionados à Política Estadual de Meio Ambiente e de Recursos Hídricos.
O MPF/PE ainda pede que o município de Juazeiro e o SAEE sejam condenados à reparação financeira relativa aos danos causados à população, em valor fixado pela Justiça.
Liminarmente, foi pedido ao município de Juazeiro o traçado das redes coletoras de esgoto, além da indicação das áreas da cidade não contempladas pela rede de esgotamento sanitário. Com informações do MPF.