Chevron, mais um vazamento de óleo na Bacia de Campos

em 15 March, 2012


A subsidiária brasileira da companhia petrolífera Chevron, dos Estados Unidos, informou, nesta quinta-feira (15/03), em nota, que encontrou mais uma fonte de vazamento no Campo de Frade (Bacia de Campos). A mancha de óleo foi descoberta durante o trabalho de monitoramento que técnicos da empresa fazem regularmente no campo petrolífero.

A Chevron assegura que comunicou o fato aos órgãos responsáveis. De acordo com a petrolífera, foram instalados imediatamente dispositivos de contenção para coletar as gotas de óleo que estão vazando do poço. Segundo a nota, essas gotas são pouco frequentes e as causas do vazamento já estão sendo apuradas por técnicos da companhia.

No início de novembro do ano passado, ocorreu um vazamento durante a perfuração de um poço da empresa no mesmo Campo de Frade. No último dia 13/03, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que a Chevron continua proibida de explorar petróleo no Brasil por não ter atendido aos requisitos referentes à segurança e às medidas determinadas após o acidente, há quatro meses.

De acordo com a ANP, o vazamento de cerca de 2,4 mil barris de petróleo no Campo de Frade, em novembro, motivou a abertura de processos judiciais contra a Chevron, que sofreu autuações. Os pedidos de indenização alcançam R$ 20 bilhões. Chevron suspende extração de petróleo na Bacia de Campos após descobrir mais um vazamento

Suspensão da produção

A companhia Chevron decidiu suspender temporariamente a produção de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, depois de descobrir um novo vazamento. A mancha de óleo foi avistada no dia 04 de março,  durante monitoramento regular feito por técnicos da companhia na mesma área onde ocorreu um vazamento em novembro do ano passado.

A informação foi dada, nesta quinta-feira (15/03), em entrevista coletiva, no Rio de Janeiro, pelo diretor de Assuntos Corporativos da Chevron, Rafael Jaen.

Segundo ele, a decisão de suspender as atividades foi tomada por precaução e informada aos órgãos reguladores brasileiros. Foi instalado um sistema para captar as bolhas de óleo que estão vazando. A estimativa inicial, disse o diretor, é que tenham vazado 5 litros de óleo.

Rafael Jaen informou que o incidente não tem relação com o vazamento descoberto em novembro, a 3 quilômetros da mancha atual. A produção total diária da Chevron no Campo de Frade chega a 61,5 mil barris de petróleo.

Análise de risco 

Um novo vazamento no poço da Chevron na Bacia de Campos foi criticado pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc. Segundo ele, o fato mostra, mais uma vez, a importância de um estudo de análise de risco, bem como a adoção de rigorosas medidas ambientais preventivas para atividades de perfuração de óleo no fundo do mar.

De acordo com Minc, existe uma suspeita inicial de que o vazamento detectado agora esteja vindo de fissuras no fundo do mar. “Nós vamos participar, acompanhando com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis [Ibama] e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis [ANP]. O estado do Rio não vai se omitir, como não o fez da outra vez. Ainda há fatos nebulosos. É preciso informar a causa desse possível vazamento, a quantidade, o ponto exato de onde estão saindo as borbulhas”, disse.

O secretário disse ter faltado transparência por parte da empresa quando do primeiro vazamento, em novembro do ano passado, em relação a sua real dimensão, e que as informações até agora disponíveis, neste segundo caso, são ainda insuficientes.

Segundo Minc, a Chevron precisa esclarecer se o atual vazamento tem relação com a vazamento ocorrido em novembro. “Nós já tínhamos advertido que o vazamento ocorrido na Bacia de Campos, em novembro do ano passado, não havia sido completamente resolvido. Além disso, a causa do acidente não foi completamente esclarecida. Naquela época, a Chevron foi informada de que havia uma fissura no fundo do mar. A empresa fez o encapsulamento de apenas parte da fissura, quando o correto era ter feito em toda a área”, disse o secretário, acrescentando que, se for necessário, vai sobrevoar a área afetada pelo novo vazamento. Com a reunião de informações da Agência Brasil.




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