ONU lança estudo sobre transição para a Economia Verde
Da Redação em 18 December, 2011
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Considerando as múltiplas crises dos últimos quatro anos, a ONU (Organização das Nações Unidas) acaba de lançar um relatório que oferece às agências do sistema e seus Estados-membros uma orientação para coordenar a transição para uma Economia Verde nos níveis internacional e nacional.
No primeiro relatório interagencial sobre Economia Verde, o Grupo de Gestão Ambiental (EMG, na sigla em inglês), representando o trabalho das agências das Nações Unidas, e as instituições de Bretton Woods e outros organismos intergovernamentais — muitos os quais apresentam um mandato de desenvolvimento humano e social — descreve etapas e políticas para buscar uma transformação econômica verde que gere novas fontes de crescimento econômico equitativo e sustentável que ajude a recuperar a economia global.
Tal ação vai exigir investimento, não só em tecnologias limpas e capital natural, mas também em capital humano e social, incluindo educação, saúde, desenvolvimento cultural e proteção social.
O novo relatório, Towards a Balanced and Inclusive Green Economy (Trabalhando por uma Economia Verde equilibrada e inclusiva), reflete um crescente reconhecimento das deficiências do modelo habitual de negócios praticado tanto pelas instituições do setor público como do setor privado ao longo das últimas duas décadas, e avalia como o sistema Nações Unidas pode, coerentemente, apoiar os países na transição para uma economia verde.
O estudo destaca a necessidade de abordagens mais integradas entre as diferentes agências internacionais e departamentos governamentais, bem como investimentos mais direcionados em todo o domínio ambiental, econômico e social.
Enfatiza, ainda, que uma Economia Verde deve ser uma “economia centrada nas pessoas”, uma vez que requer trabalhos decentes e qualidade de vida para bilhões de pessoas, incluindo aquelas que vivem na pobreza e/ou que estão desempregadas.
O relatório estimula as agências e os governos a aproveitarem a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (ou Rio+20) para tornar reais os seus compromissos, conforme declaração do Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon:
“Entidades das Nações Unidas estão conscientes dos desafios de recursos que os países enfrentam para atender às necessidades de uma crescente população mundial urbana. O custo humano e econômico de desastres naturais e a volatilidade dos preços das commodities refletem tendências preocupantes na mudança climática global, crescente escassez de recursos naturais e perdas de ecossistemas.
O relatório defende uma abordagem unificada sobre Economia Verde para o desenvolvimento sustentável em todo o sistema ONU, e oferece uma gama de instrumentos que os governos podem usar para impactar escolhas de investimento e comportamento do consumidor. Isso inclui a mobilização de recursos financeiros, instrumentos de regulamentação, comércio sustentável e mercado verde, inovação e tecnologia, e indicadores para medir o progresso da transição.
“Existe ampla evidência de que o modelo habitual de negócios não é uma opção para as próximas décadas e gerações”, disse Achim Steiner, Subsecretário-Geral da ONU, Diretor Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Presidente do Grupo de Gestão Ambiental.
“O relatório destaca o fato de que as políticas e combinações de políticas precisam ser reorientadas e melhor implementadas. A necessidade de reforma regulatória é evidente, garantindo que os sinais de mercado sejam mais alinhados com o imperativo da sustentabilidade”, acrescentou Steiner.
O Grupo de Gestão Ambiental é um órgão coordenado pela ONU composto por agências especializadas, programas e órgãos das Nações Unidas, incluindo os secretariados dos Acordos Ambientais Multilaterais. Aposta na cooperação interagencial em apoio à implementação da agenda ambiental internacional e assentamento humano.
O Grupo de Desenvolvimento da ONU reúne as 32 entidades das Nações Unidas que desempenham um papel no desenvolvimento. O objetivo comum do grupo é oferecer apoio mais coerente e eficaz para os países, buscando atingir metas de desenvolvimento internacionalmente acordadas, incluindo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Com informações do PNUMA.